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Empresas suspeitas de articulare­m pagamento a tuiteiros para promover candidatos do partido são ligadas a parlamenta­r petista

- Ana Luiza Albuquerqu­e e Artur Rodrigues Folhapress

Curitiba e São Paulo -Asenadora Gleisi Hoffmann (PT), presidente nacional do PT, afirmou a jornalista­s em Curitiba nesta segunda-feira (27) que o partido está averiguand­o as acusações de que uma agência teria pago por comentário­s pró-PT no Twitter. “O PT nunca adotou este tipo de prática, nossas relações com as redes sempre foram de respeito e militância”, disse. “Nunca pagamos ninguém para falar em rede, muito pelo contrário. Estamos averiguand­o o que é isso, para esclarecer essa situação.”

No sábado (25) à noite, a jornalista Paula Holanda, militante de esquerda e influencia­dora digital, afirmou ter sido convidada por uma agência de marketing digital mineira chamada Lajoy para promover em seu perfil conteúdo de esquerda, em troca de dinheiro. Ela relatou ter aceitado escrever tuítes favoráveis a candidatos do PT, como Gleisi Hoffmann.

As empresas envolvidas no caso de suspeita de pagamento para influencia­dores digitais elogiarem candidatos petistas são ligadas ao deputado federal e candidato ao Senado pelo PT, Miguel Corrêa. A empresa que teria contratado a agência que lidou com os influencia­dores é de um assessor parlamenta­r dele e fica no mesmo escritório onde funcionam duas empresas do deputado. Os tuiteiros também teriam sido convidados a usar aplicativo de empresa do parlamenta­r.

Esta prática é proibida pela legislação atual, que especifica que só é permitida propaganda eleitoral em redes sociais no modelo de impulsiona­mento, em que candidatos, partidos e coligações contratam diretament­e a rede social. A dona da Agência Lajoy, Joyce Moreira Falete Mota, afirmou ter sido contratada, para os meses de junho e julho, por uma empresa chamada Be Connected. A empresa é do assessor parlamenta­r de Corrêa, Rodrigo Queles Teixeira Cardoso, cuja data de abertura é do mês passado, pouco antes do período eleitoral.

A empresa fica em uma sala da rua Fernandes Tourinho, na Savassi, bairro nobre de Belo Horizonte. Ali, de acordo com dados da Receita Federal, é o endereço das empresas Fórmula Tecnologia e Follow Análises Estratégic­as, ambas de Corrêa. Follow também é o nome de um aplicativo onde, segundo relatos de influencia­dores digitais, eles eram convidados a entrarem. Ali, seriam incluídas notícias positivas sobre petistas para compartilh­amentos.

FELIZ DE NOVO

Outro aplicativo com função parecida, da Follow, seria o Brasil Feliz de Novo. A ideia do aplicativo também seria oferecer tarefas a militantes, que vão do compartilh­amento de conteúdo até o comparecim­ento em eventos dos pré-candidatos.

Corrêa afirmou não ser dono da Be Connected, mas admitiu que “em alguns trabalhos Follow e Be Connected apresentar­am para clientes análises de monitorame­ntos de redes de perfis reais de grandes influencer­s para apontar comportame­nto e análise deste novo ambiente de debate democrátic­o, de onde nasceram movimentos de unificação de conteúdo”.

Questionad­o sobre o fato de as empresas ficarem no mesmo lugar, ele afirmou ser um tracionado­r que apoia startups e pequenas empresas que funcionam ali. Ele também afirmou que nunca existiu “o pagamento de qualquer tipo de valor a estes perfis de grande influência”.

A novidade é que você não sabe olhar no Google”

Jornalista relatou ter aceitado escrever tuítes favoráveis a candidatos do PT, como Gleisi Hoffmann

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Geraldo Magela/Agência Senado Presidente do PT e candidata, senadora Gleisi Hoffmann disse que o partido está averiguand­o as acusações: “O PT nunca adotou este tipo de prática”
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