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Empresas suspeitas de articularem pagamento a tuiteiros para promover candidatos do partido são ligadas a parlamentar petista
Curitiba e São Paulo -Asenadora Gleisi Hoffmann (PT), presidente nacional do PT, afirmou a jornalistas em Curitiba nesta segunda-feira (27) que o partido está averiguando as acusações de que uma agência teria pago por comentários pró-PT no Twitter. “O PT nunca adotou este tipo de prática, nossas relações com as redes sempre foram de respeito e militância”, disse. “Nunca pagamos ninguém para falar em rede, muito pelo contrário. Estamos averiguando o que é isso, para esclarecer essa situação.”
No sábado (25) à noite, a jornalista Paula Holanda, militante de esquerda e influenciadora digital, afirmou ter sido convidada por uma agência de marketing digital mineira chamada Lajoy para promover em seu perfil conteúdo de esquerda, em troca de dinheiro. Ela relatou ter aceitado escrever tuítes favoráveis a candidatos do PT, como Gleisi Hoffmann.
As empresas envolvidas no caso de suspeita de pagamento para influenciadores digitais elogiarem candidatos petistas são ligadas ao deputado federal e candidato ao Senado pelo PT, Miguel Corrêa. A empresa que teria contratado a agência que lidou com os influenciadores é de um assessor parlamentar dele e fica no mesmo escritório onde funcionam duas empresas do deputado. Os tuiteiros também teriam sido convidados a usar aplicativo de empresa do parlamentar.
Esta prática é proibida pela legislação atual, que especifica que só é permitida propaganda eleitoral em redes sociais no modelo de impulsionamento, em que candidatos, partidos e coligações contratam diretamente a rede social. A dona da Agência Lajoy, Joyce Moreira Falete Mota, afirmou ter sido contratada, para os meses de junho e julho, por uma empresa chamada Be Connected. A empresa é do assessor parlamentar de Corrêa, Rodrigo Queles Teixeira Cardoso, cuja data de abertura é do mês passado, pouco antes do período eleitoral.
A empresa fica em uma sala da rua Fernandes Tourinho, na Savassi, bairro nobre de Belo Horizonte. Ali, de acordo com dados da Receita Federal, é o endereço das empresas Fórmula Tecnologia e Follow Análises Estratégicas, ambas de Corrêa. Follow também é o nome de um aplicativo onde, segundo relatos de influenciadores digitais, eles eram convidados a entrarem. Ali, seriam incluídas notícias positivas sobre petistas para compartilhamentos.
FELIZ DE NOVO
Outro aplicativo com função parecida, da Follow, seria o Brasil Feliz de Novo. A ideia do aplicativo também seria oferecer tarefas a militantes, que vão do compartilhamento de conteúdo até o comparecimento em eventos dos pré-candidatos.
Corrêa afirmou não ser dono da Be Connected, mas admitiu que “em alguns trabalhos Follow e Be Connected apresentaram para clientes análises de monitoramentos de redes de perfis reais de grandes influencers para apontar comportamento e análise deste novo ambiente de debate democrático, de onde nasceram movimentos de unificação de conteúdo”.
Questionado sobre o fato de as empresas ficarem no mesmo lugar, ele afirmou ser um tracionador que apoia startups e pequenas empresas que funcionam ali. Ele também afirmou que nunca existiu “o pagamento de qualquer tipo de valor a estes perfis de grande influência”.
A novidade é que você não sabe olhar no Google”
Jornalista relatou ter aceitado escrever tuítes favoráveis a candidatos do PT, como Gleisi Hoffmann