Folha de Londrina

Novo cadastro de adoção e a criança como foco

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Acriança como sujeito principal do processo de adoção é a caracterís­tica de uma ferramenta recém-implantada pelo Conselho Nacional do Justiça, novidade que chega para atualizar o CNA (Cadastro Nacional de Adoção). O novo modelo, em implantaçã­o gradual pelo País, pretende auxiliar os juízes das varas da Infância e Juventude na condução dos processos de adoção. A proposta é que a Justiça busque uma família para a criança e não o contrário, como ocorre atualmente.

A reformulaç­ão acontece em boa hora, quando o CNA completa dez anos. O cadastro nasceu com o objetivo de agilizar os processos de adoção com a ajuda do mapeamento de informaçõe­s unificadas e da implantaçã­o de políticas públicas na área. Mas a mudança de foco, colocando a criança no centro do processo, pode facilitar a aproximaçã­o das 9 mil crianças aptas à adoção dos 44 mil pretendent­es cadastrado­s em todo o País.

O novo cadastro foi adaptado do Siga (Sistema de Informação e Gerência da Adoção e Acolhiment­o), criado pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Além das comarcas capixabas, o sistema foi testado em oito varas da Infância dos Estados de São Paulo, Paraná, Bahia e Rondônia, em um total de 79 comarcas. Até o final de 2019, o novo cadastro deve chegar a todas as varas da Infância e Juventude do Brasil. No Paraná, a ferramenta está disponível apenas em Ponta Grossa e Foz do Iguaçu. Ela integra as informaçõe­s do CNA e do antigo Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas, também coordenado pelo CNJ, que reúne informaçõe­s sobre as 47 mil crianças que vivem em abrigos no Brasil, mas ainda não estão em condições de adoção. O Paraná tem 3,5 mil crianças acolhidas e cerca de 900 para adoção.

Sozinha, a nova ferramenta não agiliza o processo. A velocidade depende também de melhorar a estrutura das varas da Infância e Juventude. Mas a diferença é que o novo modelo torna a busca mais inteligent­e quando facilita a identifica­ção dos perfis das crianças e adolescent­es pelos pais cadastrado­s e faz um acompanham­ento mais eficiente do cumpriment­o dos prazos processuai­s. Como sujeitos mais importante­s do processo de adoção, meninos e meninas ganham agora mais voz e visibilida­de.

Até o final de 2019, o novo cadastro deve chegar a todas as varas da Infância e Juventude do Brasil”

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