Folha de Londrina

Brasil muda cota para avançar em acordo com Argentina

- André Ítalo Rocha

São Paulo - O governo brasileiro desistiu de propor, na negociação para prorrogar até 2023 o acordo com a Argentina para comércio de veículos e autopeças, um aumento gradual do máximo que o Brasil pode exportar para o país vizinho, conforme apurou o Estadão / Broadcast. Agora, defende um limite maior que o atual, mas sem crescer a cada ano.

No acordo vigente, que tem duração de quatro anos e vai até junho de 2020, a cada US$ 1 importado da Argentina, o Brasil pode vender, livre de tarifas, US$ 1,5 para lá. Essa proporção é chamada pelos dois governos e pelas empresas de “flex”. O documento prevê também que, no último ano de vigência, entre julho de 2019 e junho de 2020, o flex suba para US$ 1,7.

Nas negociaçõe­s para prorrogar por mais três anos, até 2023, o governo brasileiro vinha defendendo que o flex subisse gradualmen­te a cada ano, partindo de US$ 1,7. No entanto, encontrou resistênci­a por parte do governo argentino, que tem buscado melhorar suas contas externas. O Brasil, então, desistiu da ideia e passou a propor que o flex se mantenha fixo por esses três anos a US$ 1,7, no mínimo.

Uma nova reunião sobre o tema está marcada para o início de setembro. A intenção é que haja um acerto ainda neste semestre. A prorrogaçã­o está sendo negociada pelos governos dois anos antes do fim do prazo atual porque as partes querem se antecipar ao processo eleitoral na Argentina, que ocorre no ano que vem.

O flex voltou a ser discutido pelos países no ano passado, quando a Argentina avisou que começaria a notificar as empresas que estavam excedendo o limite de US$ 1,5, exigindo a constituiç­ão de garantias equivalent­e às multas previstas no acordo.

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Shuttersto­ck No acordo vigente, que vai até junho de 2020, a cada US$ 1 importado da Argentina, o Brasil pode vender, livre de tarifas, US$ 1,5 para lá

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