Brasil conhece a dura realidade dos refugiados
Ademora em implantar as novas etapas do processo de interiorização dos imigrantes venezuelanos que chegam ao Brasil rendeu ao governo brasileiro muitas críticas. Até há poucos dias, somente 820 estrangeiros fizeram o processo de interiorização em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira), enquanto muito mais do que esse número acabou migrando por conta própria. A Polícia Federal estima que entraram no País quase 130 mil venezuelanos, desde 2017 até junho deste ano. Desses, cerca de 60% já deixaram o território brasileiro. O município de Pacaraima, em Roraima, é a principal porta de entrada dos venezuelanos.
A transferência dos estrangeiros para outros Estados é uma das ações da Operação Acolhida, iniciada pelo governo federal, em parceria com a Acnur (Agência da ONU para Refugiados), entidades da sociedade civil e prefeituras. O objetivo é justamente dar assistência aos imigrantes que chegaram ao Brasil nos últimos meses fugindo da crise político-econômica da Venezuela e aqui também encontram uma realidade dura, sendo que muitos acabam indo viver nas ruas. Nesta terça-feira (28), começou mais uma etapa do processo de interiorização. Nas próximas semanas, cerca de mil estrangeiros serão levados para os Estados da Paraíba, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Paraná. Por aqui, o município de Goioerê recebe na madrugada de sexta-feira (31) 60 pessoas.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungman, classificou a crise dos imigrantes que chegam da Venezuela como a maior tragédia humanitária da história brasileira. A situação da fronteira no Norte do País é realmente dramática. Todos os dias, chegam por ali pessoas que perderam tudo e com dificuldade se deslocam para outros lugares a fim de fugir da miséria, em busca de uma vida nova. É uma travessia para salvar vidas.
Antes da crise na Venezuela, as dificuldades vividas por refugiados não chegava ao Brasil de maneira tão real e dura. Até o ano passado, a história de muitos expatriados era acompanhada pelos brasileiros de longe. É pela imprensa que se observa a crise humanitária na África e no Oriente Médio. Mas agora os abrigos improvisados em Roraima são prova de que o Brasil precisa ter uma política de acolhimento para refugiados.
Os abrigos improvisados em Roraima são prova de que o Brasil precisa ter uma política de acolhimento para refugiados”