O desejo do emprego e da qualidade de vida
Na hora de procurar um emprego, o brasileiro está deixando para trás a condição “fazer o que gosta” e priorizando três requisitos: salário, perspectivas de crescimento na empresa e qualidade de vida. Um fato compreensível, diante da crise política e econômica que atingiu o País desde 2015 e que jogou na fila do desemprego 13 milhões de pessoas - sem falar nos 6,5 milhões considerados como subocupados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Segundo uma pesquisa realizada pela Catho, empresa que trabalha com anúncios de vagas e currículos on-line, 77% dos entrevistados estão preocupados com o salário, enquanto 70% querem perspectivas de crescimento na empresa. Em terceiro lugar, estão as pessoas que buscam melhorar a qualidade de vida (64%). Só depois vem a possibilidade de se fazer o que gosta (60%). A pesquisa foi feita pela internet e respondida por mais de 2 mil pessoas no País.
Outro estudo, o Índice Sodexo de Qualidade de Vida, foi um pouco além e apontou a percepção do brasileiro de que a qualidade de vida dele piorou no segundo trimestre de 2018. Em relação ao mesmo período do ano passado, o índice caiu de 6,83 para 5,91 pontos. O índice possivelmente retrata as questões econômicas E sociais e a indefinição política às vésperas de uma eleição importante que escolherá, entre outros cargos, o presidente da República. Especialistas entrevistados pela FOLHA apontaram que a qualidade de vida dos funcionários deverá significar, cada vez mais, um investimento por parte da empresa. Ela significa engajamento e garantia de melhora da competitividade. É natural que o significado de qualidade de vida mude de uma pessoa para outra, pois as prioridades são diferentes. Se alguns consideram importante um bom programa de combate ao estresse, outros encontram qualidade de vida na oferta de creches e também há quem considere prioridade morar perto do trabalho. São aspirações legítimas, mas que perdem espaço na lista de prioridades dos 13 milhões de desempregados, pessoas que neste momento estão “topando qualquer coisa” para driblar o desemprego.
É natural que o significado de qualidade de vida mude de uma pessoa para outra, pois as prioridades são diferentes