Folha de Londrina

40% dos brasileiro­s devem para parentes e amigos

No ano passado, 28% tinham débitos com parentes em atraso. Esse ano, são 38%, segundo levantamen­to do SPC Brasil e CNDL

- Larissa Quintino Folhapress

São Paulo - Subiu o número de brasileiro­s que pegam dinheiro com amigos e parentes e deixam de pagar a conta. Segundo levantamen­to do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) com a CNDL (Confederaç­ão Nacional de Dirigentes Lojistas), quatro em cada dez brasileiro­s que devem são para parentes ou amigos.

No ano passado, 28% tinham débitos com parentes em atraso. Esse ano, o número ficou em 38%. Segundo Marcela Kawauti, economista­chefe do SPC Brasil, isso acontece porque as pessoas não têm mais de onde tirar crédito, seja porque já tem outras contas em atraso ou estão desemprega­das. Por isso, a alternativ­a é recorrer a quem tem condição financeira melhor ou mais crédito, como é o caso dos aposentado­s.

“A situação do consumidor está tão complicada que ele recorre a essas formas de empréstimo não tradiciona­is”, diz.

Segundo ela, pegar dinheiro com familiares ou parentes é uma boa para quem está endividado, pois não há taxas de juros como nos bancos. Porém, para quem empresta, pode ser mau negócio, porque não há garantia do pagamento. “Costumamos orientar as pessoas a não fazerem empréstimo­s para conhecidos, porque elas podem perder o amigo e o nome”, diz.

O levantamen­to mostra que após o empréstimo informal, o parcelamen­to do cartão de crédito, crediário em loja e o cheque especial são as contas mais deixadas pelo consumidor.

Na pesquisa, que entrevisto­u 609 consumidor­es com contas em atraso há mais de três meses em todas as capitais do País, foi medido um aumento de intenção de quitar as contas em curto prazo. 35,8% das pessoas afirma que pretende pagar as contas nos próximos três meses. Ano passado, o dado estava em 19,9%.

A estratégia das pessoas para quitar os débitos, em sua maioria (37%), é renegociar com o credor. O SPC alerta que o refinancia­mento só deve ser feito se a pessoa tiver condições de arcar com o novo compromiss­o.

“É preferível não pagar a queimar a segunda chance que o credor dá de quitar as dívidas”, explica a economista.

Reinaldo Domingos, educador financeiro do Dsop, afirma que quem está muito endividado precisa fazer um orçamento com toda a família para ver o que pode pagar das parcelas. “Se não tiver condições de fazer um acordo, tente guardar o dinheiro para fazer uma proposta mais pra frente.”

Para conseguir sanear o orçamento existem estratégia­s. É importante, por exemplo, saber quais são seus gastos e do que são suas dívidas e separar os compromiss­os para manter o dia a dia funcionand­o (água, luz, internet, gastos com mercado entre outros) e aquelas contas que já venceram.

Apresente o problema para a família e faça um orçamento financeiro

Estabeleça quanto pode gastar com as contas em dia, quanto tem para gastar com as contas negociadas e veja onde é possível cortar gastos para manter um padrão entre o que ganha o que gasta.

Por fim, tente renegociar. Caso esteja com muitas contas em atraso, procure o credor e mostre qual é sua situação e quanto você pode pagar Se não conseguir honrar um parcelamen­to, não faça o acordo Tente juntar dinheiro para fazer uma proposta para o credor posteriorm­ente

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