Bombeiros são treinados para preservar patrimônio
Curitiba -
O Corpo de Bombeiros do Paraná tem uma norma específica para edificações históricas, museus e instituições culturais com acervos museológicos que recomenda a instalação de um sistema de gases para combater incêndios sem o uso da água, que pode contribuir para danificar irremediavelmente o acervo.
O sistema, no entanto, não está disponível em instituições como o Museu Paranaense, em Curitiba, guardião de um acervo de cerca de 500 mil itens - que inclui desde documentos históricos até cerâmicas indígenas e sambaquis de até 10 mil anos. As bombas de gás do museu estão desativadas há vários anos, limitando a prevenção a medidas recentes como a troca do piso por material menos inflamável e sinalização, além da manutenção regular da edificação, que data do fim dos anos 1920. A última grande restauração de grande porte foi feita em há mais de 15 anos.
“Estamos absolutamente em dia quanto às exigências mínimas, mas ainda não avançamos em novos sistemas que poderiam dar condições melhores ainda”, admitiu Renato Augusto Carneiro Junior, diretor da instituição e Coordenador do Sistema Estadual de Museus do Paraná. De acordo com a Seec (Secretaria de Estado da Cultura), os gastos com custeio no Museu Paranaense de janeiro a agosto de 2018 foram de R$1,362 milhão.
COMBATE
A assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros explicou que o grupamento é treinado para combater incêndios em museus sediados em imóveis históricos de forma a preservar o patrimônio arquitetônico. Uma vez que eles são acionados, o meio de comba- teémesmoaágua.Aredução dos danos ao acervo na edificação, portanto, depende diretamente da atuação das brigadas de incêndio, que devem ser especificamente treinadas para proteger os itens. A NPT (Norma de Procedimento Técnico) exige um plano de emergência para a retirada dos ocupantes e do acervo.
OUTROS MUSEUS
O MON (Museu Oscar Niemeyer) informa que conta com hidrantes ao redor do prédio, extintores aprovados pelos bombeiros e espaços protegidos por portas cortafogo, além de um sistema de combate automatizado com sensores de fumaça e alarmes. Atualmente, o museu guarda o acervo do MAC (Museu de Arte Contemporânea), que, após uma reforma, terá condições adequadas de prevenção de combate a incêndios, declarou Renato Augusto Carneiro Junior.
“Como é um museu mais novo e não está em um prédio tombado, o MON tem condições muito boas de prevenção de incêndio e muito mais recursos do que os outros”, lembrou o diretor e coordenador. Os recursos do governo para a instituição neste ano somam R$5,194 milhões até agosto.
O MIS (Museu da Imagem e do Som), recém-reformado, também passou por uma adequação com sinalização e extintores, mas ainda tem uma reserva técnica precária - há planos para a construção de uma reserva anexa. Menor, o Alfredo Andersen está fechado para obras de modernização que também contemplarão itens de segurança, segundo Carneiro Junior.
A FCC (Fundação Cultural de Curitiba) informou que foram gastos R$ 1.776.917,86 em manutenção com espaços culturais entre janeiro e agosto deste ano. Para proteger o acervo, a instituição diz concentrar os itens históricos em duas reservas técnicas, no MuMA (Museu Municipal de Arte) e na Casa da Memória.
Norma recomenda a instalação de sistema de gases para combater incêndios sem o uso da água