Folha de Londrina

Bombeiros são treinados para preservar patrimônio

- Rafael Costa Reportagem Local

Curitiba -

O Corpo de Bombeiros do Paraná tem uma norma específica para edificaçõe­s históricas, museus e instituiçõ­es culturais com acervos museológic­os que recomenda a instalação de um sistema de gases para combater incêndios sem o uso da água, que pode contribuir para danificar irremediav­elmente o acervo.

O sistema, no entanto, não está disponível em instituiçõ­es como o Museu Paranaense, em Curitiba, guardião de um acervo de cerca de 500 mil itens - que inclui desde documentos históricos até cerâmicas indígenas e sambaquis de até 10 mil anos. As bombas de gás do museu estão desativada­s há vários anos, limitando a prevenção a medidas recentes como a troca do piso por material menos inflamável e sinalizaçã­o, além da manutenção regular da edificação, que data do fim dos anos 1920. A última grande restauraçã­o de grande porte foi feita em há mais de 15 anos.

“Estamos absolutame­nte em dia quanto às exigências mínimas, mas ainda não avançamos em novos sistemas que poderiam dar condições melhores ainda”, admitiu Renato Augusto Carneiro Junior, diretor da instituiçã­o e Coordenado­r do Sistema Estadual de Museus do Paraná. De acordo com a Seec (Secretaria de Estado da Cultura), os gastos com custeio no Museu Paranaense de janeiro a agosto de 2018 foram de R$1,362 milhão.

COMBATE

A assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros explicou que o grupamento é treinado para combater incêndios em museus sediados em imóveis históricos de forma a preservar o patrimônio arquitetôn­ico. Uma vez que eles são acionados, o meio de comba- teémesmoaá­gua.Aredução dos danos ao acervo na edificação, portanto, depende diretament­e da atuação das brigadas de incêndio, que devem ser especifica­mente treinadas para proteger os itens. A NPT (Norma de Procedimen­to Técnico) exige um plano de emergência para a retirada dos ocupantes e do acervo.

OUTROS MUSEUS

O MON (Museu Oscar Niemeyer) informa que conta com hidrantes ao redor do prédio, extintores aprovados pelos bombeiros e espaços protegidos por portas cortafogo, além de um sistema de combate automatiza­do com sensores de fumaça e alarmes. Atualmente, o museu guarda o acervo do MAC (Museu de Arte Contemporâ­nea), que, após uma reforma, terá condições adequadas de prevenção de combate a incêndios, declarou Renato Augusto Carneiro Junior.

“Como é um museu mais novo e não está em um prédio tombado, o MON tem condições muito boas de prevenção de incêndio e muito mais recursos do que os outros”, lembrou o diretor e coordenado­r. Os recursos do governo para a instituiçã­o neste ano somam R$5,194 milhões até agosto.

O MIS (Museu da Imagem e do Som), recém-reformado, também passou por uma adequação com sinalizaçã­o e extintores, mas ainda tem uma reserva técnica precária - há planos para a construção de uma reserva anexa. Menor, o Alfredo Andersen está fechado para obras de modernizaç­ão que também contemplar­ão itens de segurança, segundo Carneiro Junior.

A FCC (Fundação Cultural de Curitiba) informou que foram gastos R$ 1.776.917,86 em manutenção com espaços culturais entre janeiro e agosto deste ano. Para proteger o acervo, a instituiçã­o diz concentrar os itens históricos em duas reservas técnicas, no MuMA (Museu Municipal de Arte) e na Casa da Memória.

Norma recomenda a instalação de sistema de gases para combater incêndios sem o uso da água

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