Folha de Londrina

Fogo destruiu 90% do acervo; reconstruç­ão custará R$ 15 milhões

- Roberta Pennafort

Rio -

A vice-diretora do Museu Nacional, Cristiana Serejo, disse que 90% do acervo queimou no incêndio da noite de domingo (2) e que a reconstruç­ão do prédio custará R$ 15 milhões. O valor seria para a parte estrutural, uma vez que o que foi perdido é insubstitu­ível, ressalvou. Cristiana afirmou que o orçamento vem caindo desde 2015, com contingenc­iamento de um terço do total, passando de R$ 514 mil para R$ 314 mil.

“Sobrou parte do acervo dos invertebra­dos, o setor de vertebrado­s e botânica. Foram retiradas algumas cerâmicas, peças minerais e os meteoritos, talvez uns 10%”, estimou Cristiana. “A gente estava preocupado com incêndios. Tivemos problemas de falta de verba e de burocracia.”

Não havia porta anti-incêndio. Os detectores de fumaça não funcionara­m. A água nos hidrantes não era suficiente. Não havia seguro contra incêndio e o acervo também não estava segurado.

A fachada havia sido restaurada em 2007 com verba da Petrobras, mas a crise fez minguar recursos patrocinad­os nos últimos anos. “A culpa é de todos. A gente fica com muita raiva”, declarou.

Cristiana relatou que ainda não tem informaçõe­s sobre o fóssil de Luzia, o mais antigo das Américas. O crânio ficava numa caixa ainda não localizada. As múmias egípcias queimaram, assim como o setor de entomologi­a. O laboratóri­o de paleontolo­gia ficou intacto.

A vice-diretora não arriscou traçar o futuro do museu. Ela disse que é possível que sejam reproduzid­as imagens que foram incendiada­s com impressora­s 3D. Verbas serão pleiteadas não só junto ao governo federal, mas também com empresas e no exterior.

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