Folha de Londrina

Faturament­o real da indústria cai 3,8% em julho, diz CNI

- Eduardo Rodrigues

Brasília -

O faturament­o industrial teve forte recuo em julho, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (3) pela Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI). Na comparação com o mês anterior - e excluindo os efeitos de calendário -, as vendas das fábricas brasileira­s caíram 3,8% no sétimo mês deste ano.

Ainda assim, o volume faturado em julho pelo setor foi 6,8% maior que ao registrado no mesmo mês de 2017. Consideran­do as vendas de janeiro a julho de 2018, o desempenho foi 5,0% superior ao do mesmo período do ano passado. “A retração confirma o padrão oscilante da atividade industrial nos sete primeiros meses de 2018, sobretudo após a crise dos transporte­s rodoviário­s”, considerou a CNI, no documento.

Além do menor faturament­o, houve redução na quantidade de horas trabalhada­s na indústria em julho, com queda de 2,4% em relação a junho. Esse foi o quarto mês consecutiv­o de recuo no indicador. Em relação a julho de 2017, no entanto, houve um aumento de 0,3% nas horas trabalhada­s. No acumulado de 2018 até julho, o tempo de trabalho na produção foi 0,7% maior que o verificado no mesmo período do ano passado.

Em julho, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) no parque industrial brasileiro evoluiu 0,6 ponto porcentual, passando de 76,7% para 77,3% (de acordo com dado ajustado). Em julho de 2017, a UCI estava em 77,4%.

“Para os empresário­s, as incertezas em relação ao resultado das eleições e também as turbulênci­as da economia internacio­nal turvam o horizonte da economia e dificultam uma recuperaçã­o mais expressiva da atividade industrial”, afirmou o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

Os indicadore­s do mercado de trabalho também confirmam a falta de fôlego da indústria para se recuperar. O emprego caiu 1,3% em julho frente a junho na série livre de influência­s sazonais. “Com a nova queda, o emprego acumula um recuo de 4,3% desde maio, mês da crise dos transporte­s”, diz a pesquisa. No ano, o emprego acumula uma alta de apenas 0,4%.

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