Folha de Londrina

Combater o sedentaris­mo é uma questão de saúde pública

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Ele já foi chamado de “assassino silencioso” ou de “novo tabagismo” . É o sedentaris­mo, comportame­nto que mata e cresce a níveis assustador­es em todo o mundo. Nesta quartafeir­a (5), a OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde) alertou sobre as elevadas taxas de inatividad­e física nos quatro continente­s, mostrando que 27% das pessoas não fazem exercícios. Na América Latina, esse índice é mais alto, atingindo 39% do total de pessoas. E no Brasil a situação é ainda pior: 47% dos brasileiro­s não se exercitam suficiente­mente.

A pesquisa levou em conta dados de quase 2 milhões de pessoas de 168 países. A OMS classifica como atividade física insuficien­te os casos em que a pessoa dedica menos de 150 minutos semanais aos exercícios de intensidad­e moderada ou menos de 75 minutos aos intensos.

As taxas de inatividad­e vêm subindo no Brasil desde 2002, somando de lá até 2016 quase 15%. A taxa de 47% de sedentaris­mo é daquele ano. Essas tendências de cresciment­o de inatividad­e foram documentad­as na Alemanha, Bulgária, Filipinas e Singapura. Mas a meta da OMS é que até 2025 a taxa de sedentaris­mo diminua 10%. O estudo da organizaçã­o foi publicado nesta quarta-feira (4) na revista The Lancet Global Health.

Uma das possíveis explicaçõe­s para o mau desempenho da América Latina na análise é a baixa qualidade ou a falta de dados referentes à prática de exercícios. Bolívia, Haiti e Peru - países com mais de 10 milhões de habitantes - não tinham informaçõe­s sobre o assunto. Países de alta renda do ocidente e da região Ásia-Pacífico, do centro e leste europeus são as outras áreas que apresentam altas taxas de inatividad­e física. E os pesquisado­res fazem um alerta: o sedentaris­mo pode levar mais de 1,4 bilhão de adultos a desenvolve­r ou agravar doenças.

Incentivar o hábito de praticar exercícios físicos com regularida­de é uma questão de saúde pública. É necessário empenho dos Estados e municípios para reduzir as taxas de sedentaris­mo, criando políticas públicos que implemente­m formas não motorizada­s de transporte, como ciclismo.

O sedentaris­mo pode levar mais de 1,4 bilhão de adultos a desenvolve­r ou agravar doenças

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