Hora do arrastão
Uma eleição polarizada, como prometia a de governador no Paraná, sofreu um arrastão com a renúncia de Osmar Dias e criou todas as facilidades para Ratinho Júnior, que na primeira pesquisa quase vencia no primeiro turno, e na segunda, com a queda dos brancos, nulos e indecisos, aparece com 42 contra 13 de Cida, 6 de Arruda, 4 de Doutor Rosinha e outros com o máximo de 1 ponto percentual. Como o líder da sondagem manteve ascensão enquanto os mais próximos sofriam queda fica muito difícil mudar esse quadro, a não ser que a campanha assuma direção traumática e de desconstrução dos concorrentes.
Cida Borghetti está bem mais articulada que João Arruda para o embate, e em decalques nos automóveis a postulante oficial mostra vitalidade. Como o proselitismo dos dois principais candidatos se fez junto aos prefeitos é de esperar-se que com as pesquisas ocorra aquilo que é esperado: o risco do arrastão. Daí porque há os que não querem as pesquisas na medida em que podem condicionar o eleitorado, e as lideranças oportunistas, que a um sinal desses se engajam naquilo que aparenta ser uma onda.
Para o sentido da competição um placar desses não é animador, porém deixa claro que se Osmar Dias estivesse na competição não haveria risco de qualquer concorrente obter tanta distância. Resultado: para recuperar o terreno só há um jeito, “queimar etapas”, ao menos mais civilizado do que sair a tapas.