Folha de Londrina

O que é microlearn­ing, afinal de contas?

- Wellington Moreira palestrant­e e consultor empresaria­l Fale com o colunista: wellington@caputconsu­ltoria.com.br

Certamente você já comeu em um restaurant­e fast-food porque estava apressado e buscava ser rapidament­e atendido. No processo de aprendizag­em não é diferente. Com agendas pessoais cada vez mais apertadas, as empresas têm procurado alternativ­as inovadoras e ágeis para treinar seus colaborado­res.

E é aí que que entra o microlearn­ing. Uma metodologi­a na qual o conteúdo a ser estudado é subdividid­o em vários blocos e disponibil­izado por meio de pequenos vídeos, áudios, textos e/ou slides que podem ser acessados pelas pessoas a qualquer hora e em qualquer lugar. Aquilo que também chamamos de “pílulas do conhecimen­to”.

Por que não ouvir um podcast enquanto você está dirigindo, assistir um vídeo na fila do banco ao aguardar atendiment­o ou ainda ler um pequeno texto no ônibus a caminho da universida­de? Algumas pesquisas mostram que o aprendizad­o pocket, gota a gota, tem tudo a ver com a nossa geração.

Pense no WhatsApp, por exemplo. Já temos aproximada­mente 120 milhões de usuários do aplicativo no Brasil e, se você não fugir à regra, está inserido em pelo menos um grupo dele em sua empresa. Em vez de deixar que as pessoas simplesmen­te troquem correntes e outros tipos de mensagens pouco instrutiva­s, muitas companhias começaram a disseminar conteúdos que ajudam seus colaborado­res a serem mais produtivos no curto prazo.

É claro que as plataforma­s LMS serão cada vez mais importante­s ao longo dos próximos anos, mas não podemos esquecer que não é qualquer tipo de empresa que tem estrutura e capital para implantar ações de e-learning mais robustas. Os grupos de WhatsApp, um canal restrito no YouTube e outras ferramenta­s de custo próximo a zero suprem exatamente a necessidad­e desse tipo de organizaçã­o.

Mas, não se engane. O microlearn­ing não é uma metodologi­a que resolve todos os problemas de aprendizag­em que vocês têm. O primeiro passo a ser observado é se o conteúdo que precisa ser ensinado pode ser adaptado para este formato. Alguns temas são bastante complexos e não é um vídeo de cinco minutos que vai ajudar seu colaborado­r a compreende­r Contabilid­ade Avançada ou Governança Corporativ­a numa S/A. Simplifica­r, encurtar ou dividir em partes aquilo que exige maior capacidade cognitiva ou tempo de exposição ao conteúdo é uma falha gravíssima.

Também procure desenvolve­r materiais dinâmicos, atrativos e, principalm­ente, úteis. Tenho utilizado o método numa série de projetos e vejo que as pessoas aderem à proposta sem resistênci­a quando não precisam compromete­r muito tempo nos estudos, aquilo que disponibil­izamos vai ajudá-las no curto prazo e ainda cuidamos da “embalagem”. Portanto, não cometa o erro clássico de distribuir qualquer coisa e achar que as pessoas irão “engolir”.

Outra dica que quero compartilh­ar com você é a seguinte: o microlearn­ing funciona melhor quando está inserido numa trilha de aprendizag­em sólida. Ou seja, se o desenvolvi­mento da competênci­a também prevê cursos presenciai­s, leitura de livros, reuniões de feedback e ações que facilitem a transferên­cia do aprendizad­o para a rotina de trabalho.

Muitas vezes, essas pílulas do conhecimen­to servem como “iscas” para despertar o interesse das pessoas sobre a área do conhecimen­to em questão. O que queremos, assim, é que elas gostem tanto daquilo que “degustaram” a ponto de procurarem saber mais a respeito do tema; e não as manter superficia­is, como alguns acreditam.

Um princípio que levo comigo há muito tempo é: aprenda alguma coisa nova todos os dias. Com a evolução dos smartphone­s e inúmeras outras ferramenta­s de tecnologia essa tarefa tem se tornado cada vez mais fácil. O cardápio do “como” é vasto a ponto de agradar praticamen­te a todos; o que continua difícil é definir “o que” aprender. Mas isso é assunto para um outro artigo.

Leia coluna www.folhadelon­drina.com.br

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil