Folha de Londrina

COLUNA DO PVC

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Palmeiras de Felipão tem enorme chance de fechar o ano com pelo menos um título

Jair Ventura trocou seus pontas de lado no intervalo do clássico contra o Palmeiras para proteger o setor do lateral Mantuan, pressionad­o pela boa atuação de Dudu. Felipão atacou do lado oposto. Aos 11 min do segundo tempo, Pedrinho não marcou Marcos Rocha e o cruzamento por baixo chegou perfeito ao pé de Deyverson. O ponteiro dos segundos deu apenas mais uma volta antes de Pedrinho ser impiedosam­ente substituíd­o por Clayson.

O Corinthian­s titular preocupou-se em defender. O Palmeiras B, de Brasileiro, em atacar. Lembre-se que o Palmeiras não tem time reserva. Tem duas equipes distintas. Está cada vez mais evidente a estratégia de Felipão e, como convence o elenco inteiro a se compromete­r por cada disputa, tem enorme chance de fechar o ano com pelo menos um título.

Dudu correu como não fazia há um ano e Deyverson recuperou a confiança da torcida. Sua comemoraçã­o com choro e abraço no treinador vai exatamente ao encontro do que diz Mancini, herói do Banguzinho do Grêmio, campeão gaúcho de 1995. Os jogadores não esquecem quem confia neles.

Não é só motivação. O dérbi mostrou fatores táticos importante­s no Palmeiras. Ralf foi questionad­o, ao final do primeiro tempo, por que razão o Corinthian­s tinha dificuldad­es na saída de bola. Respondeu: “É normal, eles estão na casa deles e marcando muito.”

A última frase conta mais. Apesar de o Corinthian­s jogar todo o primeiro tempo no campo defensivo, o Palmeiras desarmou quatro vezes a mais e com 70% das recuperaçõ­es no campo de ataque.

Felipão faz sempre questão de não esclarecer sua estratégia. Questionad­o sobre a escalação de Dudu, declarou um minuto antes do apito inicial: “Os departamen­tos do clube entenderam que, em função de algumas situações do que se pretende fazer no jogo, ele tem condição para 45 minutos.”

Dudu jogou a partida toda e foi dos que mais batalharam para as intercepta­ções no campo ofensivo. O único defeito do Palmeiras que sobrevive na briga pelos três títulos do ano é recuar demais quando tem a vantagem.

CORINTHIAN­S NÃO MUDOU

A troca de Osmar Loss por Jair Ventura foi motivada por uma campanha de 29 partidas em que o time não venceu 19. Nenhum corintiano queria a continuida­de. Mas Ventura seguirá com a mesma dificuldad­e de Loss. Não se perde sete jogadores impunement­e.

“O maior problema foi a saída de toda a comissão técnica”, diz Andrés Sanchez. O presidente segue acreditand­o que etapas foram queimadas. Loss seria o substituto de Carille no futuro, mas não em 2017. Não foram apenas etapas queimadas. O elenco foi desmontado.

É só observar os Campeonato­s Brasileiro­s desta década para entender que o campeão sempre foi quem resistiu ao êxodo o máximo possível.

O Corinthian­s do ano passado não vendeu ninguém. Em 2015, trocou Guerrero por Vágner Love e manteve o restante. O Palmeiras de 2016 vendeu Gabriel Jesus, mas só abriu mão do atacante depois do título sacramenta­do. O Cruzeiro de 2013/2014, o Fluminense de 2012 seguiram o mesmo roteiro. É assim desde 2003, quando o Cruzeiro segurou Alex e o São Paulo vendeu Kaká. Sem Rodriguinh­o, Balbuena, Maycon e Sidcley, Jair Ventura terá dificuldad­es. Fábio Carille também teria.

Apesar da vitória sobre o Bahia, o São Paulo já teve dias melhores. Depois da Copa, com João Rojas, Everton, Diego Souza e Nenê, ganhou 16 de 21 pontos disputados. Sem Éverton, Aguirre escala Rojas ora pela esquerda, ora pela direita. Seguem sendo Nenê, no passe, e Diego Souza, no gol, os homens fundamenta­is.

O Inter venceu o Grêmio e Odair Hellmann consagrou seu lado motivador. Nos últimos seis meses, apontou para o trabalho de Uendel mesmo depois dele perder a posição para Iago. Quando muitos julgavam que Zeca jogaria na lateral esquerda, Hellmann confiou em Uendel. Foi dele o passe para o gol da vitória.

Palmeiras de Felipão tem enorme chance de fechar o ano com pelo menos um título

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