Propina de R$ 150 mil foi dividida em dez cheques, diz Ministério Público
Segundo a investigação do Ministério Público, em um dos processos licitatórios fraudados na prefeitura de Rolândia o resultado foi dirigido para que o valor do contrato se revertesse em propina de R$ 150 mil. O valor foi dividido em dez cheques de R$ 15 mil e alguns desses cheques foram entregues para secretários municipais, depositados em suas contas correntes e, posteriormente, sacados e repassados aos membros do grupo. “Outra metade desses valores foi doada para a então campanha do prefeito Francisconi”, disse o coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti. As investigações começaram em 2015.
De acordo com o promotor Renato de Lima Castro, os “cabeças” do esquema seriam, além do prefeito, o chefe de gabinete de Francisconi, Victor Hugo da Silva Garcia, e os secretários municipais de Desenvolvimento Econômico, Dário Campiolo, e de Educação, Cláudio Pinho, que teria entrado no esquema posteriormente, mas desempenhou “importante função”, disse o promotor. “O MP pleiteou a prisão preventiva de todos os envolvidos (agentes públicos e empresários) tendo como fundamento principal assegurar a aplicação da lei e instrução processual, mas o juiz substituto do TJ, na qualidade de relator, deu medida cautelar de natureza diversa, que são o afastamento dos cargos e o uso de tornozeleiras eletrônicas”, afirmou Castro.
O promotor do Gaeco Leandro Antunes ressaltou que após a consumação dos crimes contra a administração pública, alguns dos investigados falsificaram documentos, abordaram pessoas envolvidas no esquema na tentativa de dissuadi-las de falar a verdade aos investigadores, inclusive com a montagem de documentos e de depoimentos que os isentasse de culpa. “Essa atividade durante as investigações, possibilitaram a aplicação dessas medidas cautelares. As medidas cautelares são importantes para evitar que os investigados manipulem as provas, tentem abordar pessoas que estão interessadas em colaborar com as investigações e a deflagração da operação de hoje. O afastamento dessas pessoas do cargo é para ser possível a coleta das provas nessa investigação.”