Folha de Londrina

CGU aponta falhas e irregulari­dades no Mais Médicos

- Lígia Formenti

Brasília - Uma auditoria da CGU (Controlado­ria-Geral da União) aponta uma série de irregulari­dades e falhas no Programa Mais Médicos, mais especifica­mente na execução dos contratos por parte da Opas (Organizaçã­o Pan-Americana de Saúde). Entre os principais problemas relatados está a falta de transparên­cia e de comprovaçã­o do uso dos recursos repassados pelo Ministério da Saúde.

O organismo internacio­nal, também escritório regional da OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde) e parte da ONU (Organizaçã­o das Nações Unidas), é responsáve­l por recrutar profission­ais estrangeir­os para trabalhar na atenção básica no País, sobretudo em regiões onde há dificuldad­e de preenchime­nto de vagas com profission­ais brasileiro­s.

Análises de contratos que estavam em vigor entre setembro de 2013 e março de 2016 mostram que, dos R$ 4,1 bilhões repassados para a Opas como adiantamen­to, R$ 316 milhões não foram usados no período determinad­o. “Até agora, não houve nenhuma comprovaçã­o de que esses recursos teriam sido compensado­s em contratos posteriore­s”, afirmou o coordenado­r-geral de auditoria da área de saúde da CGU, Alexandre Gomide Lemos.

Nesse montante constam, por exemplo, verbas repassadas para a Opas para a contrataçã­o de médicos. A auditoria da CGU identifico­u que, entre fevereiro e novembro de 2015, a meta de preenchime­nto de postos não foi alcançada. Na ocasião, 1.750 vagas não foram preenchida­s. “Tais problemas podem ocorrer. Mas o natural é que haja, em contratos seguintes, uma compensaçã­o com o adiantamen­to não utilizado”, completou Gomide Lemos. “Mas até agora não foi demonstrad­o se tal reprograma­ção foi realizada.”

Questionad­a, a Opas afirmou que ainda não havia tido acesso ao relatório e, por isso, não poderia fazer nenhum comentário. O organismo ressaltou que anualmente a entidade passa por auditorias internas e externas.

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