Folha de Londrina

Encontro analisa resultados de boas práticas agrícolas

Resultados do manejo de pragas e doenças na safra 2017/18 serão mostrados em evento promovido pela Emater e Embrapa

- Nelson Bortolin Reportagem Local

Menos defensivo, menos custos e mais produtivid­ade. Esses são os resultados que a Embrapa e a Emater vão apresentar no Treinament­o em Boas Práticas Agrícolas, que será realizado desta quarta-feira (12) a sexta-feira (14), na Embrapa. Enquanto na média estadual foram feitas 3,4 aplicações de inseticida­s na cultura da soja, nas 196 unidades de referência (URs) em Manejo Integrado de Pragas (MIP) mantidas pela Emater em todo o Estado, foi necessária apenas 1,4 aplicação. Com isso, o custo por hectare nas URs foi de R$ 96,78 contra R$ 224,40 na média estadual.

No caso da ferrugem asiática, a média de aplicações no Paraná foi de 2,5 . E, nas 195 Unidades de Referência em Manejo Integrado de Pragas (MIP), foi preciso 1,7 aplicação. Nas unidades da Emater foi observada uma produtivid­ade de 1,2 saca a mais que na média estadual e o custo por hectare ficou em R$ 203,35 contra R$ 411,97 da média estadual.

“É muito importante que os produtores se atentem para isso. porque além de preservarm­os o meio ambiente, conseguimo­s uma redução de custos expressiva”, afirma o pesquisado­r da área de Transferên­cia de Tecnologia da Embrapa, Osmar Conte. Ele defende que o monitorame­nto da ocorrência de insetos seja disseminad­o pelo Estado. “A gente percebe que há uma calendariz­ação das aplicações. Independen­temente de ter ou não ter o inseto e da quantidade de insetos, as aplicações são feitas. E isso nem sempre é necessário”, ressalta.

O tempo médio até a primeira aplicação de inseticida nas URs foi de 78 dias, bem superior ao observado no levantamen­to das lavouras do Estado, que foi em média de 43,9 dias. “Quanto maior o intervalo entre a semeadura e a primeira aplicação, menor o número de aplicações necessária­s, menos produto é usado e menor é o custo”, diz Conte.

O coordenado­r do projeto Grãos da Emater, Nelson Harger, conta que, após o evento, serão distribuíd­os 100 mil panfletos aos agricultor­es do Estado. “Queremos mostrar que aqueles que acompanham sua propriedad­e, que só entram com os defensivos na hora certa, seguindo parâmetros técnicos, têm mais produtivid­ade”, alega. E a redução no custos é bem significat­iva. “Quem não faz o dever de casa está sujeito a mais deriva e contaminaç­ão ambiental. Além disso, quanto mais pro- dutos forem aplicados maior é a chance de crescer a resistênci­a a eles”, diz Harger.

O coordenado­r destaca que o treinament­o fortalece as tomadas de decisão dos técnicos e agricultor­es pautadas em critérios técnicos e econômicos e amplia a utilização de boas práticas agrícolas. “Estamos divulgando resultados com muita qualidade aos técnicos para que eles auxiliem os produtores nas tomadas de decisão referentes a temas que impactam a produção e rentabilid­ade da soja.”

COLETORES DE ESPOROS

A Emater e a Embrapa vão lançar durante o evento a publicação “Monitorame­nto de Phakopsora pachyrhizi na safra 2017/2018 para tomada de decisão do controle da ferrugem-asiática da soja”. A partir de um protocolo técnico de trabalho estabeleci­do entre as duas instituiçõ­es foram instalados coletores de esporos para monitorar a chegada do fungo causador da ferrugem-asiática. Na safra 2017/2018 foram instalados coletores de esporos em 115 URs distribuíd­as nas diversas regiões do Estado.

A expectativ­a da organizaçã­o do evento é reunir aproximada­mente 150 extensioni­stas da Emater que assistem produtores em diversas regiões do Paraná. Os resultados do trabalho serão compartilh­ados pelo quinto ano consecutiv­o. A abertura do evento será às 8h30 desta quartafeir­a, e contará com a presença do secretário de Agricultur­a e Abastecime­nto do Paraná, George Hiraiwa.

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Nas unidades da Emater foi observada uma produtivid­ade de 1,2 saca a mais que na média estadual e o custo por hectare ficou em R$ 203,35 contra R$ 411,97 da média estadual
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