Folha de Londrina

ANTT quer multa de R$ 5 mil a transporte abaixo da tabela

Proposta está em documento a ser debatido em audiência sobre “medidas adicionais para garantir o cumpriment­o dos pisos mínimos de frete”

- Folhapress

São Paulo - A ANTT (Agência Nacional de Transporte­s Terrestres) informou nesta segunda-feira (10) que estuda aplicar multa de R$ 5 mil por viagem àqueles que contratare­m transporte rodoviário de carga com valor inferior ao disposto pela agência. A ANTT disse estudar também a aplicação de R$ 3 mil para quem anunciar ou intermedia­r a contrataçã­o de frete com valor inferior ao piso mínimo. As informaçõe­s são da Agência Brasil.

Essas propostas constam em documento que será debatido em audiência pública aprovada para acontecer em 9 de outubro - cuja documentaç­ão foi apresentad­a nesta segunda-feira pela ANTT.

Segundo a agência reguladora, a audiência “tem o objetivo de discutir medidas adicionais para garantir o cumpriment­o dos pisos mínimos de frete”. As sugestões à proposta apresentad­a poderão ser enviadas até as 18h do dia 10 de outubro, por meio de formulário disponível no site da ANTT, por via postal ou durante a sessão pública.

Na quarta-feira passada (5), a ANTT publicou alterações na tabela de frete mínimo, após o reajuste, em 31 de agosto, de 13% no preço do diesel nas refinarias. A tabela considera o preço mínimo por quilômetro, eixo e carga transporta­da, além dos custos.

A lei 13.703, de 2018, que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, prevê que uma nova tabela com frete mínimo deve ser publicada quando houver oscilação superior a 10% no preço do óleo diesel no mercado nacional.

A política foi uma das reivindica­ções dos caminhonei­ros que paralisara­m as estradas de todo o País em maio. A lei especifica que os pisos mínimos de frete deverão refletir os custos operaciona­is totais do transporte, com priorizaçã­o dos custos referentes ao óleo diesel e aos pedágios.

SEM PROTESTO

Após o reajuste da tabela dos fretes e a promessa de fiscalizaç­ão nas estradas pela ANTT (Agência Nacional de Transporte­s Terrestres), os caminhonei­ros autônomos afirmaram que irão à Brasília nesta quarta-feira (12), porém apenas para conversar e entender melhor as medidas anunciadas nos últimos dias pela agência.

“A ANTT começou a se posicionar antes de irmos lá e nós precisamos reconhecer isso”, afirmou Wallace Landim, conhecido como Chorão, um dos líderes dos caminhonei­ros autônomos, e que ganhou destaque durante as paralisaçõ­es de maio.

Logo após o anúncio de alta de até 14% no preço do diesel pela Petrobras, caminhonei­ros voltaram a se mobilizar para novas paralisaçõ­es. Um ato em frente ao prédio da agência foi marcado e uma invasão chegou a ser cogitada caso os interesses dos motoristas não fossem atendidos.

Segundo Landim, apenas as lideranças dos Estados irão a Brasília para conversar com a agência e entender melhor como funcionará a fiscalizaç­ão da tabela do frete. “Estamos tentando agendar, mas se a gente estiver lá na porta, eles falam com a gente. Nunca negaram nos receber”, afirmou.

No grupo de Facebook União dos Caminhonei­ros do Brasil, Santiago Edmilson Carneiro, disse em vídeo que a mobilizaçã­o havia sido momentanea­mente suspensa, mas que poderia haver atos em Brasília no dia 9 de outubro. Data da audiência pública que irá debater a fiscalizaç­ão.

A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhonei­ros) afirma ser contrária a novas paralisaçõ­es e diz que está negociando uma reunião com a Casa Civil para falar sobre o preço do combustíve­l e a tabela do frete.

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