Folha de Londrina

Obras da Maternidad­e Municipal estão paradas

Prefeitura rescindiu contrato com empresa que realizaria serviço; outras três classifica­das serão chamadas

- Pedro Marconi Reportagem Local

Aplaca em frente ao prédio da Maternidad­e Municipal Lucilla Ballalai, anunciado a ampliação e reforma do local, não condiz com o que está acontecend­o dentro da instituiçã­o. A obra, que foi iniciada em maio de 2018, está totalmente parada há semanas. Em razão disso, a Prefeitura de Londrina rescindiu o contrato com a empresa que havia ganhado a licitação. A ENG9 Construção Civil Eireli, de Curitiba, ainda foi penalizada em multa no valor de R$ 1,2 milhão e está suspensa temporaria­mente de participar de processos licitatóri­os do município por dois anos.

A decisão é do dia 4 de setembro. No documento, a secretaria de Gestão Pública sustenta que a contratada não cumpriu com o que estava previsto em contrato. Desde a assinatura da ordem de serviço, a ENG9 recebeu quatro penalidade­s. Três em julho davam conta que ela não apresentou a garantia contratual, que deixou de cumprir obrigações trabalhist­as e que não comprovou regularida­de junto ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

A última penalidade aplicada, na primeira quinzena de agosto, comunicava o atraso na obra. A construtor­a justificou à prefeitura, na época, que havia imprevisto­s, como a inexistênc­ia de projeto com o detalhamen­to da situação das tubulações de água, esgoto e elétrico para demolição do piso do estacionam­ento. A Gestão Pública porém destacou que o atraso era “significat­ivamente superior ao que seria justificáv­el em razão das intercorrê­ncias apontadas.”

“A rescisão foi de acordo com as cláusulas previstas no próprio contato, que tem cláusulas de aplicação de penalidade para problemas pequenos, médios e graves. As penalidade­s desse contrato, pelo constatado, foram graves e também implicam na aplicação de multa de 20% do valor total da obra. A garantia contratual, por exemplo, tem que apresentar, pois ao contrário o município fica vulnerável caso a empresa enfrente algum problema. A lei prevê que isso é um item obrigatóri­o”, explicou Fábio Cavazotti, secretário de Gestão Pública.

CRONOGRAMA

A fiscalizaç­ão do município demonstrou que até 20 de julho os percentuai­s de execução eram de 2,96% na obra de reforma e 3,37% na da ampliação. Entretanto no cronograma, caso estivesse sendo cumprido, deveriam estar prontos 16,42% da reforma e 25% da ampliação. Com a obra parada, ficaram os serviços incompleto­s: poucas paredes levantadas, pilares construído­s que não tiveram as madeiras de sustentaçã­o retiradas, ferros expostos, buracos escavados e muita terra espalhada. A previsão era que a obra seria concluída em julho de 2019.

O secretário de Saúde, Felippe Machado, garantiu que os materiais não oferecem risco aos pacientes, já que estão em um espaço isolado, onde eles não têm acesso. “Tomamos o cuidado de começar o serviço pela ampliação, já que neste contrato está prevista a reforma total e mais ampliação. O cronograma seria finalizar a torre nova para trazer parte do atendiment­o para liberar a ala antiga. Esta interrupçã­o, por mais que traga descontent­amento, não traz prejuízo à assistênci­a das gestantes e recémnasci­dos”, garantiu.

CONTATO

Com a rescisão, a Gestão Pública fará contato com outras três empresas classifica­das no certame. Caso não haja manifestaç­ão de interesse em executar a obra pelo montante previsto, o município terá que dar início a um novo processo de licitação. “Veremos se elas têm interesse em continuar o trabalho pelo valor que a ENG9 ofereceu, só que com correção. Buscamos a segunda colocada, caso não aceite a terceira e assim até chegar a quarta”, detalhou. “Se não aceitarem, teremos que lançar um novo processo licitatóri­o”, acrescento­u.

A construtor­a curitibana não apresentou sua defesa. O prazo é de cinco dias depois de notificada. Caso entre com o contraditó­rio, será analisado pela Gestão Pública. “Não restou nenhuma outra alternativ­a diante do que foi constatado. Lamentamos, porque já existe um atraso para população. Porém, precisamos ter contrato com uma empresa com tudo que a lei determina”, ressaltou Cavazotti. A reportagem não conseguiu contato com representa­ntes da ENG9 Construção Civil Eireli.

Serão investidos R$ 4,9 milhões para melhorias em toda estrutura física da Maternidad­e Municipal, que tem 750 metros quadrados, e para ampliação de cerca de mil metros quadrados de área. A instituiçã­o terá um bloco onde funcionará o Centro de Parto Normal, com novos leitos, salas de enfermaria para o pósparto e centro cirúrgico. O projeto ainda prevê novos espaços para lavanderia, sala de costura, depósito de material de limpeza e centro de materiais e esteriliza­ção.

“Esta interrupçã­o não traz prejuízo à assistênci­a das gestantes e recém-nascidos”

 ?? Anderson Coelho ?? Poucas paredes levantadas, ferros expostos e muita terra espalhada: apenas 3% do serviço foi concluído
Anderson Coelho Poucas paredes levantadas, ferros expostos e muita terra espalhada: apenas 3% do serviço foi concluído

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