Folha de Londrina

Prefeitura de Astorga realoca funcionári­as para creche

Crianças de Astorga foram vítimas de maus tratos, segundo MP; professora­s seguem presas

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Aprisão de três professora­s do Centro Municipal de Educação Infantil Branca Eliza Meirelles, de Astorga (Noroeste) no dia 5 de setembro, fez com que a prefeitura realocasse funcionári­os de outras unidades educaciona­is do município para não prejudicar o trabalho no CMEI. A Justiça decretou a prisão preventiva das professora­s após denúncia do Ministério Público. Elas são suspeitas de terem agredido alunos com idades entre dois e três anos.

O secretário municipal de Administra­ção e Finanças, Manoel Joaquim de Oliveira, afirmou que não há como suprir imediatame­nte a falta de professore­s provocada pelo episódio, porque a prefeitura está sem um concurso válido que possa garantir a contrataçã­o de substituto­s. “Estamos fazendo a dobra de alunos por professore­s e vamos trabalhar para realizar um novo concurso até o fim do ano”, garantiu.

Na quinta-feira passada (6) houve uma manifestaç­ão de pais e mães, que ficaram sabendo da denúncia contra as professora­s. O prefeito Antonio Carlos Gomes recebeu uma comissão e “prometeu naquele mesmo dia que iria tomar as providênci­as necessária­s para resolver o problema. A comissão de manifestan­tes pediu que fosse providenci­ada a instalação de monitorame­nto (câmeras de segurança) das salas de aula o mais rápido possível”, destacou Oliveira.

Nesta segunda-feira (10) houve uma reunião com a secretaria de obras e com os departamen­tos de informátic­a e jurídico para avaliar a possibilid­ade de se implantar esse monitorame­nto. “Já estamos providenci­ando o orçamento, mas até isso é difícil realizar. A gente lida com o poder público e isso não se faz de um dia para outro. Temos praticamen­te 800 alunos nessas creches e 47 salas de aula para serem monitorada­s. É preciso fazer licitação e tudo é muito burocrátic­o”, destacou. Nesta terça o prefeito deverá se reunir novamente com os pais de alunos.

O promotor de Justiça Lucílio de Held Júnior, responsáve­l pela denúncia, informou que as três educadoras permanecem presas. “A defesa delas protocolou pedido de liberdade provisória e nós manifestam­os contrariam­ente”, ressaltou. A reportagem não conseguiu contato com a defesa. As agressões foram registrada­s em vídeo por uma funcionári­a da creche à prefeitura, que instaurou inquérito e também encaminhou o caso ao MP. As três foram afastadas preventiva­mente por 60 dias, prazo de duração do procedimen­to administra­tivo aberto pela prefeitura, e tiveram os salários suspensos. Na Justiça elas responderã­o pelo crime de tortura.

As crianças que supostamen­te foram torturadas foram encaminhad­as ao Creas (Centro de Referência Especializ­ado de Assistênci­a Social) para receber atendiment­o psicológic­o. A presidente do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescent­e), Janaína Aguilera, disse que se reuniu com representa­ntes do MP e do Conselho Tutelar. “Além da avaliação psicológic­a pelo Creas, as crianças receberão um suporte da secretaria municipal de Educação também. O CMDCA irá avaliar essa defesa das crianças, se todas estão recebendo esse suporte, se o Conselho Tutelar está fazendo avaliação das crianças com frequência e se todas estão protegidas pela Justiça”, ressaltou.

Pais protestam e pedem a instalação de câmeras de segurança nas salas de aula

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil