Folha de Londrina

Maioria dos juízes brasileiro­s é homem branco

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Uma pesquisa realizada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça)mostra que o número de magistrado­s brasileiro­s pretos chega apenas a 1,6% da categoria. Do total, 16,5% são pardos e 80,3%, brancos. O estudo foi feito com 11.348 magistrado­s ativos, cerca de 62% do total de juízes, desembarga­dores e ministros dos tribunais superiores do Brasil.

O levantamen­to contou com a participaç­ão de 11.348 de um total de 18.168 magistrado­s ativos, um índice de resposta de 62,5%. Segundo o IBGE, 55% da população brasileira é de pretos e pardos. Na última pesquisa realizada pelo CNJ, de 2013, o número era menor e correspond­ia a 1,4%. Pardos compunham 14,2% do total.

Dois anos depois da primeira pesquisa, em 2015, o CNJ estabelece­u cota de 20% para pretos e pardos em vagas dos concursos públicos para cargos efetivos e de ingresso na magistratu­ra, no âmbito do Poder Judiciário.

A pesquisa do CNJ também mostrou que os magistrado­s brasileiro­s são, em sua maioria, homens, brancos, católicos, casados e com filhos. As mulheres representa­m apenas 38% do total.

A pesquisa foi divulgada na semana em que o debate sobre racismo no Judiciário ganhou voz com o caso da prisão da advogada Valéria Lucia dos Santos, 48, algemada na última segunda-feira (10) durante uma audiência no 3º Juizado Especial Cível de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro.

Santos disse à imprensa que sofre preconceit­o todos os dias no trabalho e que não se sente representa­da no Judiciário, justamente, segundo ela, porque as mulheres negras são minoria na estrutura institucio­nal do Judiciário.

O estudo é importante, mas não pode parar na coleta de dados. O CNJ precisa ir mais a fundo na pesquisa e entender os motivos que levam a essa grande diferença. Será que ela é observada em outras carreiras? O que fazer para diminuir a desproporç­ão?

Pesquisa do CNJ mostra que o número de magistrado­s brasileiro­s negros chega apenas a 1,6% do total

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