Uma reforma política conduzida pelo eleitor
Desde 2013, quando a população se expressou de forma enérgica nas ruas contra a precariedade dos serviços públicos, os escândalos de corrupção e contra os efeitos da perda de dinamismo econômico que se converteria em profunda recessão nos anos seguintes, o debate sobre as distorções da representação política ganhou força. Parecia ser um embrião de uma reforma política.
Entretanto, as mudanças nas regras foram modestas e na atual campanha política podemos constatar que pouca coisa mudou de fato. O número de partidos na disputa é assustador e, em muitos casos, as conexões entre eles para a composição das alianças confundem o eleitorado.
A Acil e as principais entidades do setor produtivo estão preocupadas com a distância entre o atual sistema político e as expectativas de mudança dos brasileiros.
Esta é a principal motivação da campanha Melhor Pra Nós, que está nas redes sociais e que neste fim de semana ganha às ruas com a distribuição de material informativo na área central de Londrina.
A campanha estimula a participação política, provoca reflexões sobre a importância do voto, sobre as pesquisas necessárias para chegar mais seguro à urna e, sobretudo, ressalta que a escolha de candidatos da região melhora nossa representação política na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.
Com mais deputados e congressistas da região eleitos, a população terá mais facilidade de ser ouvida em Curitiba e Brasília. Nossa história política conta que quanto mais representantes temos, mais facilitada é a busca pelos disputados recursos dos orçamentos federal e estadual.
As reflexões sobre nossa representatividade são reflexões sobre o que nós queremos para as futuras gerações.
A democracia tem se mostrado um duro aprendizado desde que os civis voltaram ao poder em 1985 e desde então nosso nível de cobrança é cada vez maior.
Já não basta apenas irmos às urnas para eleger livremente os homens e mulheres que vão ocupar os cargos mais importantes da República, não basta apenas termos apurações confiáveis ou pluripartidarismo, não basta termos liberdade de expressão ou a possibilidade de cassar mandatos dos gestores corruptos.
A evolução tecnológica e o volume de informações de que dispomos hoje faz de nós, dos nossos filhos e dos nossos netos, brasileiros mais conscientes de qual tipo de política se traduz em plenitude democrática.
A sensação de ser representado nas principais discussões da região e do país no Congresso e na Assembleia dá ao eleitor o nexo necessário para uma politização definitiva.
Com mais parlamentares de reconhecida conduta limpa, com mais parlamentares atuantes, com mais parlamentares lidando naturalmente com as cobranças diretas dos eleitores, certamente vamos acelerar a formação de novos líderes para as eleições seguintes. Com novos líderes, a política se renova e se moderniza.
É só deste modo que poderemos vislumbrar uma reforma política de verdade, de onde emergirão partidos mais fortes e mais sintonizados com a real agenda da sociedade.
A Acil e toda sociedade civil organizada acreditam que a campanha Melhor Pra Nós é, portanto, um pequeno, mas importante passo para que nos sintamos menos desconectados com o grande debate nacional e com as possibilidades de solução dos nossos problemas locais.
É pensar e refletir: sim, podemos fazer a diferença no próximo dia 7 de outubro!
A democracia tem se mostrado um duro aprendizado desde que os civis voltaram ao poder