Folha de Londrina

Uma reforma política conduzida pelo eleitor

- CLAUDIO TEDESCHI é presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina

Desde 2013, quando a população se expressou de forma enérgica nas ruas contra a precarieda­de dos serviços públicos, os escândalos de corrupção e contra os efeitos da perda de dinamismo econômico que se converteri­a em profunda recessão nos anos seguintes, o debate sobre as distorções da representa­ção política ganhou força. Parecia ser um embrião de uma reforma política.

Entretanto, as mudanças nas regras foram modestas e na atual campanha política podemos constatar que pouca coisa mudou de fato. O número de partidos na disputa é assustador e, em muitos casos, as conexões entre eles para a composição das alianças confundem o eleitorado.

A Acil e as principais entidades do setor produtivo estão preocupada­s com a distância entre o atual sistema político e as expectativ­as de mudança dos brasileiro­s.

Esta é a principal motivação da campanha Melhor Pra Nós, que está nas redes sociais e que neste fim de semana ganha às ruas com a distribuiç­ão de material informativ­o na área central de Londrina.

A campanha estimula a participaç­ão política, provoca reflexões sobre a importânci­a do voto, sobre as pesquisas necessária­s para chegar mais seguro à urna e, sobretudo, ressalta que a escolha de candidatos da região melhora nossa representa­ção política na Assembleia Legislativ­a e no Congresso Nacional.

Com mais deputados e congressis­tas da região eleitos, a população terá mais facilidade de ser ouvida em Curitiba e Brasília. Nossa história política conta que quanto mais representa­ntes temos, mais facilitada é a busca pelos disputados recursos dos orçamentos federal e estadual.

As reflexões sobre nossa representa­tividade são reflexões sobre o que nós queremos para as futuras gerações.

A democracia tem se mostrado um duro aprendizad­o desde que os civis voltaram ao poder em 1985 e desde então nosso nível de cobrança é cada vez maior.

Já não basta apenas irmos às urnas para eleger livremente os homens e mulheres que vão ocupar os cargos mais importante­s da República, não basta apenas termos apurações confiáveis ou pluriparti­darismo, não basta termos liberdade de expressão ou a possibilid­ade de cassar mandatos dos gestores corruptos.

A evolução tecnológic­a e o volume de informaçõe­s de que dispomos hoje faz de nós, dos nossos filhos e dos nossos netos, brasileiro­s mais consciente­s de qual tipo de política se traduz em plenitude democrátic­a.

A sensação de ser representa­do nas principais discussões da região e do país no Congresso e na Assembleia dá ao eleitor o nexo necessário para uma politizaçã­o definitiva.

Com mais parlamenta­res de reconhecid­a conduta limpa, com mais parlamenta­res atuantes, com mais parlamenta­res lidando naturalmen­te com as cobranças diretas dos eleitores, certamente vamos acelerar a formação de novos líderes para as eleições seguintes. Com novos líderes, a política se renova e se moderniza.

É só deste modo que poderemos vislumbrar uma reforma política de verdade, de onde emergirão partidos mais fortes e mais sintonizad­os com a real agenda da sociedade.

A Acil e toda sociedade civil organizada acreditam que a campanha Melhor Pra Nós é, portanto, um pequeno, mas importante passo para que nos sintamos menos desconecta­dos com o grande debate nacional e com as possibilid­ades de solução dos nossos problemas locais.

É pensar e refletir: sim, podemos fazer a diferença no próximo dia 7 de outubro!

A democracia tem se mostrado um duro aprendizad­o desde que os civis voltaram ao poder

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