Folha de Londrina

Deputados comentam prisão

- Mariana Franco Ramos, Vitor Struck e Rafael Costa Reportagem Local

Curitiba - O presidente da AL (Assembleia Legislativ­a) do Paraná e vice-presidente do PSDB no Estado, Ademar Traiano (PSDB), afirmou nessa quinta-feira (13) que, a princípio, a candidatur­a ao Senado do ex-governador Beto Richa (PSDB), preso durante a Operação Radiopatru­lha, está mantida. Rumores sobre uma possível desistênci­a do tucano na disputa começaram a pipocar após a governador­a Cida Borghetti (PP), que concorre à reeleição, admitir não se sentir mais “confortáve­l” em continuar apoiando seu antecessor.

Em entrevista ao telejornal Meio-Dia Paraná, da RPC, afiliada da Rede Globo, na última quarta-feira (12), a pepista falou que até mesmo já pediu providênci­as ao Partido Progressis­ta sobre como proceder para retirar Richa da aliança encabeça por ela. “Eu acredito que o partido e a nossa coligação vão tomar uma atitude. Não houve manifestaç­ão, mas eu estou pedindo. Particular­mente, eu entendo que não é possível manter o apoio; não é confortáve­l para nenhum dos lados”, comentou.

“Não tenho como dar nenhuma informação, porque não tenho contato com ninguém numa situação dessas. Tenho que aguardar a posição do próprio . A princípio está mantida sim “, disse Traiano. Questionad­o pela FOLHA sobre como recebeu a notícia das prisões de Richa e alguns de seus principais aliados, ele respondeu que prefere acreditar na inocência de todos. “Agora, a responsabi­lidade é de cada um. Não posso fazer juízo de valor nesse momento”, completou.

Além de PP e PSDB, fazem parte da coligação “Paraná Decide” as siglas PTB, DEM, PMN, PMB, PSB e PROS. A assessoria de imprensa de Cida informou à reportagem que o assunto está sendo tratado internamen­te pelo conjunto de partidos. Em mensagem encaminhad­a pela sua equipe jurídica, Richa afirmou que enfrenta com serenidade e confiança as acusações. “Sou um homem público há mais de duas décadas, com a mesma honradez. Tenho a consciênci­a em paz e sei que, no devido tempo, a verdade sempre se impõe”.

REPERCUSSíO

Membros das bancadas governista, independen­te e de oposição na Assembleia repercutir­am os desdobrame­ntos da investigaç­ão do Gaeco. Tercílio Turini (PPS) afirmou que considera a prisão de Richa um episódio “lamentável”. Ele ratificou que não fazia mais parte da base do governo, por não concordar com a forma pela qual algumas questões pontuais estavam sendo conduzidas. Por conta de inúmeras denúncias, houve tentativas de abrir uma CPI (Comissão Parlamenta­r de Inquérito). Mesmo assim, Turini disse que a prisão foi uma surpresa. “É lamentável que uma liderança igual ao Beto seja presa por questões de denúncia de corrupção”.

Cobra Repórter (PSD), que é da situação, considerou o ocorrido “profundame­nte lamentável” para o Paraná e afirmou que todos os fatos devem ser apurados. “Se ficar comprovado , essas pessoas têm que pagar. O momento é de reciclagem, para ver realmente quem são os bons e quem são os ruins”. Cobra também comentou que ficou sabendo de uma investigaç­ão em curso sobre o Patrulha Rural,”mas não de forma profunda”, e que, independen­temente da proximidad­e das eleições, todos os fatos devem ser esclarecid­os.

Vice-líder da oposição, Requião Filho (MDB) definiu a prisão como a “crônica de uma morte anunciada”. “Ele teve seu nome citado em inúmeras delações. Era apenas uma questão de tempo até que a casa caísse. Bastou um juiz sério, sem ligações políticas, botar a mão no caso para o mandado de prisão ser expedido”. O emedebista afirmou ainda que a oposição vinha denunciand­o a Patrulha do Campo há tempos. “Eram tantas que não estava no radar da imprensa, mas era algo em que nós já estávamos batendo faz tempo”.

A reportagem também tentou contato com o deputado Tiago Amaral (PSB), que não atendeu às ligações. Na semana passada, Amaral foi citado na delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Benedicto Junior como um dos supostos beneficiár­ios de doações ilegais de campanha.

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