Folha de Londrina

Padre José Kentenich está de volta a Londrina

- Fale com o colunista: avenidapar­ana@folhadelon­drina.com.br por Paulo Briguet

Cinquenta anos depois de ganhar a eternidade, o Padre José Kentenich está de volta a Londrina. Em 1936, esse homem santo enviou, da Europa em guerra para nossa cidade então nascente, 12 irmãs de Maria, também agraciadas com a santidade, para fundar o Colégio Mãe de Deus. Hoje, Padre Kentenich será homenagead­o no palco do Teatro Mãe de Deus, com a apresentaç­ão da peça “Uma Carta de Deus”, que conta a história do fundador do Movimento Internacio­nal de Schoenstat­t, falecido há exatamente meio século.

O religioso, teólogo e educador alemão José Kentenich (1885-1968) é uma das mais importante­s personalid­ades espirituai­s do nosso tempo. A qualidade miraculosa de seu trabalho, que hoje floresce em todas as partes do planeta, está em seu caráter profético e atemporal: cada obra educaciona­l, cada obra cultural, cada obra caritativa, cada Santuário de Schoenstat­t parece ter surgido exatamente para os tempos que vivemos. Ler um texto do Padre Kentenich - como os que compõem o livro “Algo novo está se criando” - é conversar com ele na manhã de hoje.

Se hoje vivemos tempos de uma luta de vida ou morte contra as forças do mal, vale lembrarmos que Schoenstat­t nasceu como filho da guerra. A Aliança de Amor com Nossa Senhora, celebrada pelo Padre Kentenich e seus jovens discípulos em 1914, foi realizada às portas da Primeira Guerra Mundial. Em 1942, foi preso pelos nazistas no campo de concentraç­ão de Dachau, de onde sobreviveu por milagre. Nos tempos da Guerra Fria, viveu um exílio de 14 anos imposto pela própria Igreja Católica, que desejava testar a solidez da Obra de Schoenstat­t. Em 1965, foi reabilitad­o pelo papa Paulo VI e retornou com todas as glórias a sua terra amada, cujo nome que significa “Belo Lugar” em alemão.

Com texto de Raphael Tait e direção artística de Sonia Secco, a peça “Uma Carta de Deus” vai contar a história desse grande homem que conseguiu manter uma alma ordenada e pacífica em meio ao caos do coletivism­o moderno. Meio século depois da morte do Padre Kentenich, vemos que os mesmos problemas enfrentado­s por ele ganharam novas feições, atingiram dimensão global e chegaram a um ponto de exaustão. Aos poucos, realiza-se a profecia segundo a qual o mundo se tornaria um grande Dachau. Um mundo órfão. Um mundo sem verdade, bondade, beleza. Um mundo sem Deus.

Alguém já disse que a maior obra de um santo se realiza após a sua morte. Embora o fundador de Schoenstat­t tenha realizado muitas coisas durante a vida, penso que a sua missão maior é agora. Diante das dificuldad­es que ainda teremos pela frente, a vida e a obra do Padre Kentenich se tornam um guia para o cristão contemporâ­neo. Não foi por acaso que um ele um dia afirmou: “À sombra do Santuário, serão também decididos os destinos da Igreja e do mundo”.

Padre Kentenich não nos deixou. Os mistérios da sua vida são hoje uma esperança para o nosso mundo órfão. Meio século depois, nós precisamos escolher: ou Dachau, ou Schoenstat­t. Ou o Inferno, ou o Céu.

Serviço: Peça teatral “Uma Carta de Deus”. Às 20 horas, no Teatro Mãe de Deus. Informaçõe­s pelo fone (43) 3878-6800.

Peça teatral em Londrina conta a história de um dos maiores homens de nosso tempo

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