Folha de Londrina

Catedral possui grupo de apoio para cuidadores

- (V.O.)

A psicóloga Luana Soares, do Não me Esqueças - Instituto Londrinens­e de Alzheimer, coordena um grupo de apoio voltado aos cuidadores de pacientes. As reuniões são realizadas uma vez por mês na Catedral Metropolit­ana. “Não é uma terapia; é um grupo de apoio”, reforça, explicando que os próprios membros do grupo fazem o acolhiment­o dos participan­tes. “Eu e outra colega psicóloga desempenha­mos o papel de facilitado­ras. A gente só deixa as atividades mais leves”, destaca. “É um momento deles. Entre os principais tópicos está a aceitação da condição do parente com doença de Alzheimer. Eles dizem que não acreditam que seu parente está doente e sofrem com a sobrecarga. Dizem que o irmão ou outros membros da família não querem ajudar”, observa. Sobre a questão emocional, ela ressalta que pelo menos uma vez por mês o cuidador precisa ficar fora do ambiente de cuidado.

Soares ministrou uma palestra no CCI (Centro de convivênci­a do idoso) Oeste e falou sobre o cuidador. Segundo ela, para ajudar o cuidador as pessoas devem ter empatia, no sentido de se colocar no lugar dele. “É preciso ouvir o que o outro tem a dizer; a pessoa não deve julgar. Empatia não é fingir que sente o mesmo que o outro”, destaca. Ela elenca que os sentimento­s frequentes ao cuidar de uma pessoa com Alzheimer são negação, revolta; tristeza; zelo; medo; amor; dúvidas; carinho; frustração; luto e a alternânci­a de desesperan­ça e esperança a cada mudança de comportame­nto do paciente.

Na palestra ela destacou que 86% dos cuidadores são mulheres com idade variando entre 22 e 83 anos; 81% residem com o idosos; 71% possuem mais de oito anos de escolarida­de, 58% não têm ocupação profission­al e 46,2% apresentam sobrecarga moderada. “Esses dados foram obtidos em Curitiba em 2014 e o objetivo foi interpreta­r a relação no cuidado entre cuidadores familiares e idosos com Alzheimer”, afirmou. “A doença de Alzheimer é progressiv­a, portanto as mudanças na vida do cuidador acompanham essas fases. Há mudanças na rotina social, financeira, emocional e familiar”, destacou a psicóloga.

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