Folha de Londrina

‘Minha participaç­ão na vida pública se encerra aqui’, diz Franciscon­i

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Afastado da Prefeitura de Rolândia (Região Metropolit­ana de Londrina), por tempo indetermin­ado, pela Operação Patrocínio, do MP (Ministério Público), na segunda-feira (10), Luiz Franciscon­i Neto (PSDB), o Doutor Franciscon­i, negou envolvimen­to no suposto esquema de corrupção com desvio de R$ 236 mil e direcionam­ento de contrataçõ­es no município. Ele cumpriu a medida cautelar na sexta-feira (14) determinad­a pela Justiça e compareceu ao Creslon de Londrina para receber a instalação da tornozelei­ra eletrônica.

“Estou bem desanimado com a política, minha participaç­ão na vida pública se encerra aqui,” declarou Franciscon­i à FOLHA, ao dizer que pretende terminar o mandato apenas para provar sua inocência. O prefeito questionou que não teve oportunida­de de ser ouvido nem na CPI (Comissão Parlamenta­r de Inquérito) aberta na Câmara de Rolândia nem pelos promotores. “Não existe condenação, está tudo pela metade e só tenho acesso ao que foi falado na mídia.” Franciscon­i também afirmou que a medida cautelar seria desnecessá­ria porque a gestão nunca teria se negado em colaborar com a investigaç­ão aberta em dezembro de 2017.

O promotor do Gepatria (Grupo de Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidad­e Administra­tiva), Renato de Lima Castro, disse que todos os investigad­os serão interrogad­os. Para a próxima segunda (17) está marcado o depoimento da ex-secretária de saúde do município Rosana Alves e do procurador jurídico Alisson Camargo. O promotor foi questionad­o sobre a falta do interrogat­ório. “Eles não foram ouvidos porque têm pleno conhecimen­to dos crimes que praticaram”, disse Castro. Segundo o promotor, o material apreendido trouxe “novas provas” e “conversas compromete­doras”. Ao final do inquérito, o MP deverá oferecer denúncia de improbidad­e administra­tiva na esfera civil e de corrupção na vara criminal.

A Câmara de Rolândia também solicitou ao MP o compartilh­amento das provas para embasar abertura de uma Comissão Processant­e contra Franciscon­i. Ao todo 11 pessoas são investigad­as por suposto recebiment­o de vantagens indevidas. Oito secretário­s municipais foram exonerados e também estão sendo monitorado­s.

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