‘Minha participação na vida pública se encerra aqui’, diz Francisconi
Afastado da Prefeitura de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), por tempo indeterminado, pela Operação Patrocínio, do MP (Ministério Público), na segunda-feira (10), Luiz Francisconi Neto (PSDB), o Doutor Francisconi, negou envolvimento no suposto esquema de corrupção com desvio de R$ 236 mil e direcionamento de contratações no município. Ele cumpriu a medida cautelar na sexta-feira (14) determinada pela Justiça e compareceu ao Creslon de Londrina para receber a instalação da tornozeleira eletrônica.
“Estou bem desanimado com a política, minha participação na vida pública se encerra aqui,” declarou Francisconi à FOLHA, ao dizer que pretende terminar o mandato apenas para provar sua inocência. O prefeito questionou que não teve oportunidade de ser ouvido nem na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) aberta na Câmara de Rolândia nem pelos promotores. “Não existe condenação, está tudo pela metade e só tenho acesso ao que foi falado na mídia.” Francisconi também afirmou que a medida cautelar seria desnecessária porque a gestão nunca teria se negado em colaborar com a investigação aberta em dezembro de 2017.
O promotor do Gepatria (Grupo de Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa), Renato de Lima Castro, disse que todos os investigados serão interrogados. Para a próxima segunda (17) está marcado o depoimento da ex-secretária de saúde do município Rosana Alves e do procurador jurídico Alisson Camargo. O promotor foi questionado sobre a falta do interrogatório. “Eles não foram ouvidos porque têm pleno conhecimento dos crimes que praticaram”, disse Castro. Segundo o promotor, o material apreendido trouxe “novas provas” e “conversas comprometedoras”. Ao final do inquérito, o MP deverá oferecer denúncia de improbidade administrativa na esfera civil e de corrupção na vara criminal.
A Câmara de Rolândia também solicitou ao MP o compartilhamento das provas para embasar abertura de uma Comissão Processante contra Francisconi. Ao todo 11 pessoas são investigadas por suposto recebimento de vantagens indevidas. Oito secretários municipais foram exonerados e também estão sendo monitorados.