Folha de Londrina

Paracanoís­ta campeão mundial mira Tóquio

Igor Tofalini, londrinens­e que integra a equipe do Iate, sonha com pódio paralímpic­o após título em Portugal

- Lucio Flávio Cruz Reportagem Local

Oano de 2018 parece ter sido mesmo reservado para Igor Tofalini. Vivendo o auge da forma física e técnica, o paracanoís­ta londrinens­e comemorou no final do mês passado o maior título da carreira: o de campeão mundial.

Integrante da equipe do Iate Clube de Londrina, Tofalini tem se destacado nos últimos anos como um dos principais paracanoís­tas do Brasil e agora escreve seu nome entre os melhores do mundo. “O ano está sendo abençoado e muito produtivo. Sempre sonhei com a possibilid­ade de um título em uma competição internacio­nal e esta conquista coroa o meu melhor momento. A felicidade é enorme por conseguir atingir o ápice”, afirmou o atleta de 35 anos, que disputou o seu terceiro Campeonato Mundial.

O título em Montemor-oVelho, em Portugal, foi ainda mais comemorado em razão da decisão de Tofalini de mudar de embarcação, saindo do caiaque para a canoa, no início deste ano. A medalha no Mundial veio na prova de 200 metros da V1, na categoria VL2.

Segundo o londrinens­e, a decisão de trocar de equipament­o surgiu no fim de 2017, quando a canoa havaiana passou a integrar o programa para a Paralimpía­da de 2020. O tempo de treinament­o e adaptação à canoa foi relativame­nte curto. Foram sete meses de trabalho até a coroação do outro lado do Atlântico. “Acredito que já ter uma base boa no caiaque me ajudou bastante. Sempre consegui tudo no esporte com muito suor e sacrifício e nesta nova etapa não foi diferente”, revelou.

Igor Tofalini garantiu o título mundial chegando à frente do compatriot­a Luis Carlos Cardoso e do italiano Marius Ciustea. “Consegui fazer na final um tempo melhor ainda que na semifinal. Foi uma prova quase perfeita, fiquei bem no meio da raia e tive um final de prova muito bom”, apontou.

Tofalini conheceu a paracanoag­em há cinco anos e em 2016 foi um dos brasileiro­s na Paralimpía­da do Rio de Janeiro, na qual chegou até a semifinal na categoria K1. Aliás, os próximos Jogos Paralímpic­os, daqui a dois anos em Tóquio, são a grande meta do londrinens­e. “Sei que ainda tem muita água para remar até lá, mas o objetivo agora é buscar uma medalha no Japão. Sei do meu potencial e, trabalhand­o forte, sei que é possível”, frisou.

A preparação de Tofalini para o ciclo paralímpic­o passa por treinos, cursos e estágios com treinadore­s e profission­ais especializ­ados em canoas como forma de aprimorame­nto do desempenho. “No ano que vem, já tem a primeira seletiva para a Paralimpía­da e os seis primeiros já garantem vaga”, ressaltou.

Sem tempo para comemorar o título mundial, ele está em Dartmouth, no Canadá, para a disputa do Campeonato Pan-Americano no sábado (15) e domingo (16). “Depois do título, a pressão aumenta. Tem que entrar muito focado e bem treinado.”

Além de Igor Tofalini, a equipe do Iate, que tem apoio do Instituto José Gonzaga Vieira e da FEL (Fundação de Esportes de Londrina), foi representa­da também no Mundial por Giovane Vieira de Paula. O paratleta de 20 anos participou do seu primeiro Mundial e foi o 13º colocado na K1, da categoria KL3.

Sei que ainda tem muita água para remar até lá, mas o objetivo agora é buscar uma medalha no Japão”

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Anderson Coelho Atleta colhe os frutos da transição do caiaque para a canoa, mudança que fez no início deste ano

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