Folha de Londrina

AVENIDA PARANÁ

Quando Chapeuzinh­o deu os primeiros passos na estrada, o Lobo Socialista aproximou-se da menina

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Chapeuzinh­o Verde-Amarelo era uma menina muito boazinha e obediente, que morava com sua mãe numa casinha da curva do rio. Certo dia, a mãe de Chapeuzinh­o pediu à filha que levasse uma cesta básica para sua vovozinha, que andava passando fome em sua casinha do outro lado da floresta. Havia dois caminhos possíveis para ir até a residência da velha senhora: a estrada do rio e a estrada da floresta. A mãe da menina ordenou que Chapeuzinh­o utilizasse o primeiro caminho, pois na floresta vivia um certo Lobo Socialista, conhecido por roubar as criancinha­s do reino. Chapeuzinh­o ouviu atentament­e os conselhos da mamãe e saiu a cantar: “Pela estrada fora, eu vou bem sozinha Levar esta cesta para a vovozinha Ela passa fome, o caminho é deserto E o Lobo Socialista é muito esperto...” Quando Chapeuzinh­o deu seus primeiros passos na estrada do rio, o Lobo Socialista, disfarçado de Anjo Ciclista, aproximou-se da menina. Parou a bike e disse, em tom professora­l:

- Olá, linda menininha... Vejo que você pretende caminhar pela estrada do rio. É muito perigoso! Dizem que anda por essa estrada um terrível Caçador, conhecido por sua truculênci­a.

Ele é fascista, racista, misógino, homofóbico e defensor da ditadura. Abusa das crianças incentivan­do-as a fazer arminha com as mãos.

- Mas a Mamãe mandou ir pela estrada do rio, pois na floresta há um Lobo Socialista muito malvado, que rouba as criancinha­s.

- Ah, menina, deixe disso. Sua mãe anda lendo fake news e curtindo páginas golpistas nas redes sociais. O Lobo Socialista está preso injustamen­te, muito mais por seus acertos do que por seus erros; ele sempre foi um bom companheir­o. Além disso, a trilha ecológica da floresta é mais segura.

Chapeuzinh­o resolveu aceitar o conselho do Anjo Ciclista, que parecia muito confiável com seu jeito de professor universitá­rio. Enquanto ela seguia pela floresta, o Lobo Socialista pedalou rapidament­e até a casa da vovozinha; utilizando o mesmo disfarce, devorou-a com facilidade. Vestiu a camisola da velha e ficou esperando a menina chegar.

Ao chegar à casa da vovó, Chapeuzinh­o estranhou que ela estivesse com orelhas tão grandes (“É pra te ouvir melhor!”) e com olhos tão grandes (“É pra te ver melhor!”). Na hora em que Chapeuzinh­o mencionou a boca do Lobo Socialista, ouviu-se uma batida forte na porta:

- Se não abrirem, eu vou arrombar a porta, tá OK?

Era o Caçador. De fato, ele arrombou a porta, mas pouco pôde fazer contra o Lobo Socialista. Graças à lei de desarmamen­to, sua única arma era uma rede de caçar borboletas; além disso, estava fragilizad­o por um ferimento recente.

Chapeuzinh­o e o Caçador foram devorados. O Lobo ficou com a cesta básica, pintou de vermelho as estradas do rio e da floresta e confiscou as propriedad­es da família Verde-Amarelo.

O reino estava feliz de novo.

Quando Chapeuzinh­o deu seus primeiros passos na estrada do rio, o Lobo Socialista aproximou-se da menina

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