Dólar recua para R$ 4,12; bolsa sobe 1,80%
Moeda americana tem menor valor em uma semana
O dólar voltou a bater em R$ 4,20 logo após a abertura dos negócios desta segunda-feira (17), mas após operar perto da estabilidade, engatou queda na parte da tarde e terminou o dia com recuo de 0,86%, a R$ 4,1292, o menor valor em uma semana. Pela manhã, o cenário eleitoral acabou provocando nervosismo nas mesas de câmbio, principalmente pelo crescimento de Fernand Haddad (PT) nas pesquisas de intenção de voto e sondagens de instituições financeiras. Mas a queda da moeda norte-americana no exterior, ante divisas de emergentes e alguns países desenvolvidos, acabou contribuindo para estimular a venda da moeda aqui. O dólar tem se consolidado acima de R$ 4,10 e valores próximos a essa cotação são, neste momento, oportunidades de compra.
Câmbio baixo depende de fato novo nas eleições
Na mínima desta segunda, o dólar caiu a R$ 4,1170. Para a moeda cair abaixo desse valor, em direção aos R$ 4 ou abaixo, analistas ressaltam que é preciso um fato novo nas eleições, que seria uma arrancada de Geraldo Alckmin (PSDB) ou Jair Bolsonaro (PSL) ganhando ainda mais votos. O militar reformado tem ganhado terreno nas últimas pesquisas e tem se mostrado mais competitivo no segundo turno na simulação com seus rivais. No exterior, o dólar caiu ante moedas de emergentes, como Argentina, Rússia e Chile, e alguns desenvolvidos, como o Japão, com declarações do diretor do conselho econômico nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, que prometeu para breve anúncios sobre tarifas adicionais à China. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras seis divisas fortes, recuava 0,45% à tarde.
Bom humor reflete no Ibovespa, que fecha com alta de 1,8%
O mercado acionário brasileiro se descolou das bolsas de Nova York e o Índice Bovespa teve alta de 1,80%, aos 76.788 pontos. Uma interpretação mais otimista das últimas pesquisas eleitorais foi determinante para o sinal positivo das ações, com o investidor enxergando menor chance de vitória de um candidato não reformista na eleição presidencial. A melhora do humor do investidor se refletiu em praticamente todos os setores representados na bolsa, mas principalmente nas blue chips que melhor reproduzem a percepção de risco político. Os papéis do setor financeiro subiram em bloco, com destaque para os do Banco do Brasil, que tiveram ganho de 3,42%. As demais estatais também subiram: Eletrobras ON e PNB ganharam 4,08% e 3,94%, respectivamente; e Petrobras ON e PN subiram 2,14% e 3,25%.
Juros futuros caem em média 10 pontos-base
A maioria das taxas terminou a sessão desta segunda-feira com baixa em torno de 10 pontos-base. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 6,765%, de 6,877% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2020 caiu de 8,647% para 8,50%. O DI para janeiro de 2021 fechou na mínima, com taxa de 9,80%, de 9,926%. A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou na mínima de 11,50% (11,625% na sexta-feira) e a do DI para janeiro de 2025, também na mínima, terminou em 12,28%, de 12,384%. As pesquisas divulgadas desde a sexta-feira confirmaram maior ascensão do candidato Jair Bolsonaro (PSL) nas intenções de voto, consolidando-se na liderança na disputa presidencial. Bolsonaro é visto pelo mercado financeiro como a melhor opção para enfrentar a esquerda, seja Fernando Haddad (PT) seja Ciro Gomes (PDT), num eventual segundo turno.