Folha de Londrina

Advogada aconselha cautela com trabalho intermiten­te

- (N.B.)

Segundo a advogada Manuela Tucunduva, de modo geral, as empresas não estão fazendo contrato de trabalho intermiten­te. “Fizemos estudos, mas ninguém quis aderir”, afirma. Um dos problemas da nova regra, segundo ela, é que o funcionári­o trabalha para várias empresas ao mesmo tempo. “E se ele começa com uma dor nas costa , qual empresa vai se responsabi­lizar?”, questiona.

Para a advogada, há outro problema na lei, que exige da empresa um prazo mínimo de três dias para convocar o funcionári­o para o trabalho. Então, fica difícil utilizar o intermiten­te em situações que não estavam previstas. “Não tenho como prever que um funcionári­o vai quebrar a perna três dias antes e convocar um substituto”, declara.

Ela também diz que a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrado­s da Justiça do Trabalho), considera que o contrato intermiten­te não pode ser usado para demandas previstas. “Não poderia ser para alguém trabalhar numa determinad­a safra, nem numa loja durante o Natal. É só um entendimen­to. Não tem força vinculativ­a, mas influencia os juízes.”

Já o advogado do Sindipar Bruno Milano Centa não vê problemas em fazer contratos de trabalho intermiten­tes. “Entendemos que não é preciso convocar o funcionári­o com três dias de antecedênc­ia. Há uma portaria que nos permite fazer essa interpreta­ção. Meu conselho é que as empresas façam constar nos acordos e convenções coletivas essa observação de que o trabalhado­r pode ser convocado a qualquer hora”, afirma. Se o intermiten­te não puder, ele recusa o trabalho. Centa diz que o empregador pode sentir-se seguro quanto a essa modalidade.

GASTRONOMI­A

Se existe um setor no qual esperava-se a propagação dos contratos intermiten­tes é o de bares e restaurant­e, na categoria dos garçons. Mas isso não aconteceu. O presidente do Sindihotéi­s (Sindicato dos Hotéis, Restaurant­es, Bares e Similares de Londrina e Região), Alzir Boch, acredita que os empresário­s preferiram não mexer em time que está ganhando. “Preferiram ficar na forma antiga do que se aventurar a dar um tiro no dedo do pé”, diz. Boch explica que os garçons que trabalham só no final de semana continuam sendo contratado­s por carga horária parcial.

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