Hortas comunitárias de Cambé ganham sobrevida com novo projeto
Lançada em março, Central de Compostagem ajuda no fornecimento de adubo para a manutenção dos canteiros conduzidos por mais de 800 famílias
Cambé - Os responsáveis pelas hortas comunitárias de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) tinham na falta de adubo para as plantações o principal problema para a continuidade dos trabalhos. A prefeitura disponibilizava esterco animal, mas a produção era pequena para atender à demanda do município, que conta atualmente com 24 locais de trabalho familiar. “Teve uma época que faltou bastante, às vezes tínhamos que comprar e as ‘carroceirinhas’ traziam”, lembrou Laurinda Camargo, presidente da horta do jardim Santa Isabel.
Em março de 2018, segundo o diretor do Departamento de Agricultura, Odair Paviani, a prefeitura iniciou as atividades da Central de Compostagem, que funciona no aterro municipal, e aumentou a produção de adubo para atender as mais de 830 famílias que trabalham nas hortas. “Antes já tínhamos algumas parcerias para que a compostagem funcionasse, como com o Parque de Exposições Ney Braga e hípicas de Londrina e Cambé. Recolhíamos esse esterco e fazíamos adubo.” No fim do ano passado, o município adquiriu um picador de galho e todo o material recolhido nas podas de árvores na cidade são encaminhados também para a central de compostagem do aterro, explicou. “Fechamos também uma parceria com uma empresa que cede as cinzas das caldeiras, agora fazemos essa mistura e conseguimos realizar uma produção maior, atendendo também com mais qualidade.”
A distribuição do adubo é proporcional ao tamanho das hortas e ao número de famílias que participam. No Santa Isabel, por exemplo, são 47 famílias da comunidade vinculadas, uma das maiores hortas comunitárias de Cambé. Já a horta do jardim Ana Rosa abriga mais de cem famílias. Segundo Paviani, a média de ocupação de cada horta é de 30 a 40 famílias. Um dos locais que respeita a média é a do Cambé 4, presidida por Adederio Lourenço.
“Cada um tem um pedaço, eu cuido do meu e cada um cuida do seu. São 32 famílias que estão na horta, mas nem todos vêm diariamente aqui. O adubo são eles que trazem agora, está vindo bem mais, antigamente faltava, a horta estava quase abandonada, agora ficou bom, estão cuidado certinho”, afirmou Lourenço.
A função dos presidentes é cuidar para que o estatuto das hortas comunitárias seja cumprido. Entre as exigências estão que cada família tenha direito a pelo menos um canteiro na horta e que não haja acumulo por parte de um ou outro grupo. Se um canteiro está desativado, o pedido é que seja repassado às famílias que não possuem espaço.
PRODUÇÃO
Os alimentos mais produzidos nas 24 hortas comunitárias de Cambé são verduras e folhagens, além de ervas medicinais em menor quantidade. A produção é utilizada em sua maioria para uso próprio, mas as famílias também podem comercializar o excedente. Na horta do Santa Isabel, por exemplo, um grupo de famílias se organiza nos finais de semana para montar uma feira livre para a comunidade. Somando todas as hortas, são produzidas cerca de 500 toneladas de alimentos por ano.
Supervisão: Célia Guerra - editora (interina) Cidades