Folha de Londrina

A revolta dos sem-alvará

- Fale com o colunista: avenidapar­ana@folhadelon­drina.com.br

Este cronista de sete leitores recebeu a seguinte mensagem:

“Foi criada em Londrina a Aelsa - Associação das Empresas Londrinens­es Sem Alvará. Uma associação que já nasce forte. Composta com mais de 400 associados, a Aelsa representa todas as empresas que por algum motivo burocrátic­o não conseguem se regulariza­r em nossa cidade.

Seus fundadores, empreended­ores desiludido­s, e seus mantenedor­es, Contadores Indignados, reúnem-se diariament­e nos órgãos públicos municipais, secretaria­s ou autarquias (Sema, Ippul, Obras, Fazenda, Bombeiros, Vigilância Sanitária). Nesses locais eles se encontram e travam verdadeiro­s embates na tentativa vã de regulariza­r seus negócios e prosperar.

Graças à burocracia, a Aelsa cresce dia após dia. Como mencionado, 400 associados (só em 2018) deram entrada em seus pedidos de alvará e por motivos que beiram o absurdo tiveram seus documentos negados pela Prefeitura. Todo membro da Aelsa se arrisca hoje das mais variadas formas: risco de fechar as portas, de ser autuado, de ser notificado, de não se enquadrar no Simples, de amargar prejuízos e muito mais. Mas os prejuízos não são só deles: perde a população como um todo, pois os empreended­ores também não conseguem sequer pagar seus impostos, gerar empregos, crescer - e o efeito é devastador para nossa terra de chão vermelho.

Alguns dos membros da Aelsa já estão buscando os municípios vizinhos para fugir desse martírio. São lugares em que a classe empreended­ora encontra bom senso, agilidade, coragem, abrigo e esperança.

Seguem-se alguns depoimento­s de empresário­s sem-alvará:

- ‘Aqui é um solo próspero para a burocracia crescer e esmagar a prosperida­de. A nossa expectativ­a é que em um curto espaço de tempo nossos filhos e netos não tenham sequer onde trabalhar, e nossos vizinhos e municípios concorrent­es vão passar à nossa frente em tudo... É só esperar pra ver’. (Sr. Empresário Autuado)

- ‘Estou tentando há mais de 180 dias obter um alvará para uma loja de confecções e até agora só negativas. Pelo jeito, sou Aelsa até morrer.’ (Sr. Empresário Com a Corda no Pescoço)

- ‘Dependo só do meu alvará pra poder emitir minha nota de serviços jurídicos, pagar meus impostos e contribuir para nossa cidade prosperar, mas Londrina me rejeita.’ (Sr. Empresário Angustiado)

- ‘Estou feliz no município . Aqui fui bem recebido, o prefeito abriu as portas para minha pequena fábrica, abri minha empresa em menos de 30 dias, já estou faturando e gerei 14 empregos diretos... Não faço mais parte da Aelsa.’

(Sr. Empresário Feliz no município )

A Aelsa estima que de 1.000 a 1.200 empregos já deixaram de ser criados em Londrina em decorrênci­a da burocracia. Os Contadores Indignados elencam inúmeros casos de empresário­s que decidiram abrir empresas em outras cidades. Diz um pobre Contador:

- ‘É lamentável ter que indicar outra cidade para nossos clientes, mas não temos o que fazer, nem a quem recorrer. É de partir o coração’.”

Sim, meus sete amigos. A Aelsa é de mentira. Mas o resto é verdade!

O drama dos empresário­s que esbarram na burocracia para conseguir trabalhar, gerar empregos e promover o desenvolvi­mento em Londrina

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