A revolta dos sem-alvará
Este cronista de sete leitores recebeu a seguinte mensagem:
“Foi criada em Londrina a Aelsa - Associação das Empresas Londrinenses Sem Alvará. Uma associação que já nasce forte. Composta com mais de 400 associados, a Aelsa representa todas as empresas que por algum motivo burocrático não conseguem se regularizar em nossa cidade.
Seus fundadores, empreendedores desiludidos, e seus mantenedores, Contadores Indignados, reúnem-se diariamente nos órgãos públicos municipais, secretarias ou autarquias (Sema, Ippul, Obras, Fazenda, Bombeiros, Vigilância Sanitária). Nesses locais eles se encontram e travam verdadeiros embates na tentativa vã de regularizar seus negócios e prosperar.
Graças à burocracia, a Aelsa cresce dia após dia. Como mencionado, 400 associados (só em 2018) deram entrada em seus pedidos de alvará e por motivos que beiram o absurdo tiveram seus documentos negados pela Prefeitura. Todo membro da Aelsa se arrisca hoje das mais variadas formas: risco de fechar as portas, de ser autuado, de ser notificado, de não se enquadrar no Simples, de amargar prejuízos e muito mais. Mas os prejuízos não são só deles: perde a população como um todo, pois os empreendedores também não conseguem sequer pagar seus impostos, gerar empregos, crescer - e o efeito é devastador para nossa terra de chão vermelho.
Alguns dos membros da Aelsa já estão buscando os municípios vizinhos para fugir desse martírio. São lugares em que a classe empreendedora encontra bom senso, agilidade, coragem, abrigo e esperança.
Seguem-se alguns depoimentos de empresários sem-alvará:
- ‘Aqui é um solo próspero para a burocracia crescer e esmagar a prosperidade. A nossa expectativa é que em um curto espaço de tempo nossos filhos e netos não tenham sequer onde trabalhar, e nossos vizinhos e municípios concorrentes vão passar à nossa frente em tudo... É só esperar pra ver’. (Sr. Empresário Autuado)
- ‘Estou tentando há mais de 180 dias obter um alvará para uma loja de confecções e até agora só negativas. Pelo jeito, sou Aelsa até morrer.’ (Sr. Empresário Com a Corda no Pescoço)
- ‘Dependo só do meu alvará pra poder emitir minha nota de serviços jurídicos, pagar meus impostos e contribuir para nossa cidade prosperar, mas Londrina me rejeita.’ (Sr. Empresário Angustiado)
- ‘Estou feliz no município . Aqui fui bem recebido, o prefeito abriu as portas para minha pequena fábrica, abri minha empresa em menos de 30 dias, já estou faturando e gerei 14 empregos diretos... Não faço mais parte da Aelsa.’
(Sr. Empresário Feliz no município )
A Aelsa estima que de 1.000 a 1.200 empregos já deixaram de ser criados em Londrina em decorrência da burocracia. Os Contadores Indignados elencam inúmeros casos de empresários que decidiram abrir empresas em outras cidades. Diz um pobre Contador:
- ‘É lamentável ter que indicar outra cidade para nossos clientes, mas não temos o que fazer, nem a quem recorrer. É de partir o coração’.”
Sim, meus sete amigos. A Aelsa é de mentira. Mas o resto é verdade!
O drama dos empresários que esbarram na burocracia para conseguir trabalhar, gerar empregos e promover o desenvolvimento em Londrina