Equipe da Unesco visitará museus no Rio para analisar segurança de acervos
Brasília - A missão oficial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que veio ao Brasil em missão de emergência para auxiliar na recuperação do Museu Nacional, visitará outros seis museus no Rio de Janeiro nesta semana para avaliar a situação de risco em que se encontram seus acervos.
O objetivo é elaborar recomendações ao governo federal e às instituições responsáveis por eles para que sejam evitadas tragédias e degradação ou perda de objetos e documentos. A missão visitará o Arquivo Nacional e a Biblioteca Nacional. Os outros quatro museus ainda serão selecionados.
“Outra parte da nossa missão inclui a investigação rápida de outros museus no Rio para averiguar riscos e para, eventualmente, lançar um projeto que seja mais inclusivo e prevenir situações como esta”, afirmou a chefe da Missão de Emergência da Unesco para o Museu Nacional, Cristina Menegazzi.
“A ideia é aplicar a metodologia de análise de riscos que a gente já vem aplicando no setor do patrimônio cultural e que nos permite avaliar de forma abrangente os riscos que afligem o patrimônio cultural”, completou o consultor do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais, José Luiz Pedersoli Junior. Ele e Menegazzi chefiam a missão de emergência no Brasil, que é composta ainda por dois especialistas alemães em recuperação de objetos em situações como a do Museu Nacional.
Nesta terça (18), eles apresentaram à imprensa o andamento dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos em parceria com entidades do governo federal, como o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), e com a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), responsável pelo Museu Nacional. A missão, financiada por um fundo da Unesco, chegou ao Brasil em 13 de setembro e permanecerá no País por dez dias.
De acordo com Menegazzi, a missão internacional tem como prioridade o trabalho de recuperação de objetos que estão sob os escombros e a restauração do edifício, que tem valor histórico. A Unesco também coordenará a ajuda internacional que tem sido oferecida por países e organizações de todo o mundo.
Menegazzi afirmou ainda que a recuperação do museu deverá levar anos, principalmente pela complexidade oriunda do incêndio. Outra dificuldade é também conseguir separar o que é escombro do que tem valor histórico e científico. “Será um trabalho praticamente de arqueologia”, definiu Pedersoli. A expectativa é de que o público só terá a chance de ver novamente parte do acervo destruído daqui a alguns anos.