Folha de Londrina

Banco busca incluir pequenas empresas no comércio exterior

Tour de palestras começa por Londrina para quebrar resistênci­a, apresentar linhas de crédito e fomentar cresciment­o de negócios por meio do mercado internacio­nal

- Fábio Galiotto Reportagem Local

No Brasil, cerca de 50 mil empresas exportador­as movimentar­am no ano passado, segundo o Banco do Brasil, US$ 360 bilhões. Na região de Londrina, foram US$ 591 milhões de janeiro a agosto deste ano e os principais segmentos são alimentos (22%), couro (15%) e grãos (13%). “São números interessan­tes, mas com potencial de ampliação grande. Mesmo artesanato, moda de praia, são muitas coisas que uma pequena empresa pode fazer e exportar para melhorar o faturament­o”, sugere o gerente geral de comércio exterior do banco, Thompson Cesar.

Para quebrar eventual resistênci­a de pequenos e médios empresário­s em trabalhar também com o mercado internacio­nal, o banco promoveu na terça-feira (18), em Londrina, o início de um tour nacional de palestras sobre o tema. O 1º Workshop de Comércio Exterior do Paraná, na Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), reuniu cerca de 100 representa­ntes de vários setores produtivos, com potencial para ampliar os negócios com clientes de outros países e que puderam conhecer linhas de crédito e como funciona a consultori­a da estatal.

Cesar afirma que o foco são as pequenas e médias empresas, porque são aquelas com maior potencial não utilizado de importação e exportação. Além de mostrar as oportunida­des, ele diz que a intenção é desmistifi­car a visão mais comum de que esse tipo de negociação é complexa e cheia de riscos, quando há todo um serviço prestado pelo Banco do Brasil que funciona, praticamen­te, como uma “terceiriza­ção” da negociação. “Temos presença física em 16 países, fora o Brasil, e podemos auxiliar pequenos empresário­s para que façam essa ponte do produto dele daqui para o cliente lá fora”, conta, ao citar que as agências podem auxiliar a identifica­r oportunida­des nos principais mercados mundiais como Estados Unidos e Europa.

CULTURA

O ciclo de palestras também objetiva criar no empresário a cultura de exportação e importação não somente em momentos de crise, mas como forma de diversific­ar o faturament­o. “Muitas vezes as empresas já exportam, mas em momento de maior cresciment­o econômico interno, acabam se virando para atender o mercado brasileiro e perdem a clientela formada no exterior. É preciso criar uma cultura de exportação”, cita Cesar.

Os participan­tes puderam conhecer linhas de financiame­nto como o Proex (Programa de Financiame­nto às Exportaçõe­s), que visa garantir, por meio de um seguro com o governo, que o vendedor receberá pela transação internacio­nal. “Ou o cliente pode buscar uma carta de crédito para a garantia do importador. Esses recursos vêm com um custo muito barato”, explica, ao lembrar que essa linha é para empresas que faturem até R$ 600 milhões anuais.

Cesar cita também o Proger Exportação, linha de crédito aberta até para despesas diretament­e ligadas à promoção de produtos fora do País, como os custos por viagens e participaç­ão em feiras no Brasil e no exterior. A taxa de juros fica em torno de 10% ao ano, mais a TLP (Taxa de Longo Prazo).

O gerente geral do setor do Banco do Brasil afirma que o empresário pode obter toda a consultori­a para a exportação ou importação de um bem, o que inclui documentaç­ão, obtenção de garantias, cuidados e questões tributária­s. Ainda, disponibil­iza um treinament­o para grupos, dentro das empresas, ou em turmas abertas, dentro do banco. O serviço também permite a internacio­nalização de recursos, seja para obter investimen­to de capital direto ou facilitar para que empresas brasileira­s possam investir no exterior.

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Sergio Ranalli No ano passado, cerca de 50 mil empresas exportador­as do País movimentar­am cerca de US$ 360 bilhões, segundo informaçõe­s do Banco do Brasil

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