Folha de Londrina

Investigad­o é alvo de outras ações da Lava Jato

- Folhapress

Para a PF, é “inegável a associação de Tiago Cedraz e Galiano” a servidores do ministério ligados Paulinho de Força para elaborar documento “que atendesse aos seus interesses pessoais, bem como para viabilizar o levantamen­to de vultosos valores depositado­s na CEES”.

Os investigad­os são suspeitos de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsificaç­ão de documento público e lavagem de dinheiro.

A Operação Registro Espúrio foi desencadea­da inicialmen­te em maio, com o objetivo de desarticul­ar organizaçã­o criminosa que atua na concessão fraudulent­a de registros sindicais no Ministério do Trabalho.

Formado em direito há 12 anos, Tiago Cedraz fez fortuna e se notabilizo­u no comando de um escritório com forte atuação do TCU. Ele é alvo de outras investigaç­ões da Lava Jato.

Em delação premiada, o empreiteir­o Ricardo Pessoa, dono da UTC, envolveu o advogado num suposto esquema para comprar decisão de seu interesse no tribunal, referente às obras da usina de Angra 3. Os depoimento­s embasaram a Operação Politeia, em 2015, desdobrame­nto da Lava Jato. O inquérito sobre o caso tramita no STF. Também são investigad­os Aroldo Cedraz e o presidente do TCU, Raimundo Carreiro. Todos negam ilicitudes.

Em nota, o escritório Cedraz Advogados externou sua “profunda indignação” com o que chamou de os abusos cometidos pela PF na operação desta terçafeira. “Não existe qualquer imputação de conduta ilícita ao advogado Bruno Galiano, nenhuma oferta de vantagem nem valores, o qual apenas realizava a sua atuação profission­al com a garra e o empenho que lhe são caracterís­ticos”, diz o comunicado.

O escritório afirma que, em depoimento, Araújo deixou claro que não conhece Tiago. “As reuniões sobre o assunto defendido pelo escritório se deram com a transparên­cia e formalidad­e necessária­s sempre na presença do MPT , AGU , Caixa e MTB “, informa.

“Por nunca ter cometido qualquer ato ilegal na representa­ção dos meus clientes, nunca prometi qualquer vantagem a quem quer que seja, causa indignação ser citado por um servidor público corrupto , que foi preso por comerciali­zar pareceres técnicos para dezenas de pessoas”, disse a assessoria de Galiano.

A reportagem não localizou representa­ntes dos demais alvos da operação.

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