Folha de Londrina

Governo estuda novo imposto para subsidiar preço do diesel

- Eduardo Rodrigues

Brasília -

Com data para acabar no último dia deste ano, o subsídio de R$ 9,5 bilhões para bancar R$ 0,30 no preço do litro do diesel nas refinarias pode ser substituíd­o por um novo imposto. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, admitiu a alternativ­a nesta terça-feira (18), em evento sobre o setor de energia organizado pela própria pasta.

Segundo ele, o governo está estudando medidas para sair do sistema de subvenção ao combustíve­l, cuja continuida­de não está prevista no Orçamento de 2019. Apelidada de “bolsa caminhonei­ro” pelo mercado, a medida foi tomada para encerrar o movimento de paralisaçã­o do setor de transporte de cargas no fim de maio.

“É preciso discutir uma saída para o sistema de subsídios ao diesel. Foi uma solução transitóri­a, de emergência, porque o País não aguentaria mais uma semana de greve. Precisamos pensar soluções mais estruturai­s a esse problema”, disse.

Guardia lembrou que a redução de impostos para o diesel é permanente, e já foi compensada por outras medidas tributária­s, como a reoneração da folha de pagamentos. Já a subvenção ao combustíve­l só foi garantida em lei até o fim do ano.

O analista de petróleo, gás e derivados da Tendências Consultori­a Integrada, Walter de Vitto, lembra, porém, que qualquer solução para o fim do subsídio proposta pelo atual governo só andará se for apoiada pelo grupo que sair vencedor nas eleições de outubro. “O atual governo não tem capital político para negociar com os caminhonei­ros uma alternativ­a ao subsídio, e já mostrou isso durante a greve”, avalia o especialis­ta.

Segundo Guardia, entre as alternativ­as em discussão para o fim do subsídio está o aumento da competição no refino do combustíve­l no País e a colocação de “um imposto variável” que absorva as oscilações do preço internacio­nal do petróleo. Ele apontou, porém, que essa opção demanda a aprovação de uma lei complement­ar.

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