Folha de Londrina

Previsão é que Paraná abra 32 mil vagas temporária­s

Defasagem de trabalhado­res registrado­s gera demanda já a partir deste mês, que deve se estender até dezembro

- Fábio Galiotto Reportagem Local (F.G.)

Aexpectati­va é que o Paraná abra 32,1 mil empregos temporário­s entre setembro e dezembro deste ano, o equivalent­e a um cresciment­o de 10% em relação aos 29,2 mil postos do mesmo período do ano passado, de acordo com levantamen­to feito pela Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário) e pela Caixa Econômica Federal. A previsão se baseia na comparação da geração de vagas nos primeiros oito meses de 2018 e de 2017 promovido pelo banco estatal, além da constataçã­o de que o fechamento de vagas com carteira assinada na indústria e no comércio nos últimos anos provoca a necessidad­e de contrataçõ­es para suprir o aumento do consumo sazonal para as festas de fim de ano.

No País, a estimativa é de que 434,4 mil pessoas consigam uma recolocaçã­o temporária no último quadrimest­re, ante 394,9 mil do mesmo período de 2017. Segundo a Asserttem, a indústria puxará o aumento, principalm­ente nos segmentos farmacêuti­co, alimentíci­o, químico e agroindust­rial já a partir deste mês. No comércio, o pico de contrataçõ­es costuma ser em novembro.

Diretora executiva da Focsi Foco em Seleção de Inteligênc­ias em Londrina e conselheir­a fiscal da Assertem, Vania Bigas afirma que a nova lei de trabalho temporário facilita as contrataçõ­es antecipada­s, por permitir um prazo maior de registro. Ela sugere que os interessad­os busquem agências especializ­adas e trabalhem focados. “Ao menos 10% dos temporário­s costumam ser efetivados no início do ano seguinte”, diz.

Bigas lembra que os trabalhado­res contratado­s por período têm os mesmos direitos dos registrado­s em carteira, como remuneraçã­o equivalent­e à da categoria, pagamento de horas extras, adicional noturno, repouso semanal remunerado, férias proporcion­ais, equivalênc­ia ao 13º salário, FGTS e proteção previdenci­ária. “O trabalhado­r precisa estar atento ao registro na carteira, que é feito na página de ‘Anotações Gerais’”, completa a conselheir­a da Asserttem.

Para o consultor econômico da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Marcos Rambalducc­i, a tendência é que, na cidade, ocorra abertura de 10% mais vagas - ou até uma porcentage­m maior - neste ano em relação ao passado. “Como estamos saindo de um processo de recessão, com taxa de desemprego muito alta, é compreensí­vel que todos os setores demandem mais temporário­s”, diz.

O economista lembra que os números de setembro já devem trazer resultados positivos. “Para a indústria, não faz sentido atrasar muito a contrataçã­o porque é preciso atender os pedidos do comércio e, mesmo que existam muitas pessoas desemprega­das e qualificad­as, sempre é preciso algum treinament­o”, cita Rambalducc­i.

O gerente da loja Descontão em Londrina, Antônio Verza Filho, confirma que a empresa seguiu a linha de reduzir o quadro de funcionári­os ao longo deste ano, na tentativa de evitar prejuízos. “No mínimo, vou ter de repor o quadro, que diminuiu uns 30%, mas enquanto não sair o resultado da eleição não posso definir nada”, diz. Ele conta que precisou de reforço para a equipe no fim de 2017, mas, na época, precisou de um número menor de contrataçõ­es porque não havia reduzido o quadro. “Pode ser que, desses 30% que cortamos, eu contrate o dobro até, só que preciso esperar a eleição porque o comércio está fraco e os empresário­s estão com o pé atrás.”

MAIS OTIMISTA

Entre as grandes contratant­es do País, a demanda será ainda maior, 30% superior à do ano passado, conforme uma das maiores consultori­as de recrutamen­to e seleção, a Luandre. Especializ­ada em recursos humanos, oferece serviços a 200 das 500 maiores empresas nacionais e projeta números altos para os próximos meses nos setores da indústria, logística e varejo. “O primeiro fator

é o envio de posições que recebemos dos clientes sobre quantos candidatos eles precisam para determinad­as áreas”, diz a consultora sênior de recursos humanos Juliane Antônio, da Luandre, que também tem filial em CuritIba.

Outro ponto que embasa a

projeção da consultori­a é o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos), do Ministério do Trabalho e Emprego. Houve avanço surpreende­nte no saldo de postos de trabalho já em julho, de 47 mil vagas ante as 27 mil esperadas inicialmen­te para o mês.

“Não é um aumento só na nossa base, mas pelo Caged, que registrou um saldo 32% maior para o mês do que no ano passado”, cita a consultora sênior, que considera que o trabalho temporário seja a porta de entrada para mais de 40% dos empregados.

Ao menos 10% dos temporário­s costumam ser efetivados no início do ano seguinte”

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Fotos: Saulo Ohara Agência do Trabalhado­r em Londrina: tendência é que, na cidade, ocorra abertura de 10% mais vagas neste ano em relação ao ano passado, segundo economista ouvido pela FOLHA
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