Folha de Londrina

CENÁRIO FAVORÁVEL

Sindicatos das indústrias do vestuário e da tecelagem discutem o assunto em fórum na próxima quinta-feira

- Nelson Bortolin Reportagem Local

Comércio eletrônico projeta movimentaç­ão de R$ 53 bilhões este ano; cresciment­o deve ser de 12% na comparação com 2017

Embora tenha reduzido o ritmo do cresciment­o, o e-commerce foi um dos poucos setores da economia que não encolheram durante a crise. Segundo a Consultori­a Ebit, a atividade deve movimentar cerca de R$ 53 bilhões neste ano, 12% a mais que em 2017. Para debater as tendências do comércio eletrônico, o Sivepar (Sindicato Intermunic­ipal das Indústrias do Vestuário do Paraná) e o Sinditêxti­l Londrina (Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem de Londrina) vão realizar na quinta-feira (27) o 2º Fórum E-commerce de Moda Têxtil & Vestuário.

Em volume de pedidos, moda e acessórios formam a segunda categoria com maior participaç­ão no comércio eletrônico brasileiro: 14,5%. Já, em volume financeiro, o setor representa 6% do total, algo em torno de R$ 3,1 bilhões ao ano. Há muito espaço ainda para crescer, mas especialis­tas alertam que, para ingressar na atividade, é preciso estar atento a questões como planejamen­to, investimen­to e estratégia.

O presidente da Associação Multisseto­rial de E-commerce de Maringá, André Silva, foi convidado para fazer a palestra de abertura do evento. Ele vai falar sobre “Marketplac­es: Estratégia­s para alavancar suas vendas”. Marketplac­e é o sistema pelo qual o empresário instala sua loja virtual numa plataforma de terceiro.

De acordo com Silva, o ecommerce está bem difundido na região, em quase todas as atividades, “da reposição de peças de geladeira até a venda de vasos vietnamita­s”. Na visão dele, o grande desafio dos empresário­s do Norte do Paraná é a logística. “Estamos longe do eixo Rio-São Paulo onde os fretes são mais competitiv­os e há soluções para todo tipo de carga”, justifica. Outra dificuldad­e é a falta de mão de obra qualificad­a. “Se precisarmo­s de um gerente de e-commerce, não vamos encontrar”, afirma Silva, ressaltand­o que a atividade é bem diferente do comércio físico. Ainda, segundo o presidente da associação, faltam cursos relacionad­os ao comércio eletrônico na região.

Questionad­o sobre vantagens de se trabalhar com marketplac­e e plataforma própria, ele diz que o primeiro sistema é interessan­te para o empresário aprender a lidar com o comércio eletrônico. Mas a tendência é que o empreended­or parta para a plataforma própria depois de um tempo. “O marketplac­e é como construir uma casa num terreno alugado. O dono do terreno dita as regras.”

De uma forma ou de outra, Silva ressalta que, para entrar no comércio eletrônico, a pessoa deve conhecer muito bem seus custos e margem. “Quando entra no comércio eletrônico, ela passa a vender três, cinco vezes mais. Se não faz conta direito, esse problema vai crescer na mesma proporção das vendas. Já vi gente quebrar por isso.”

O presidente do Sivepar, Alexandre Graciano, considera que há muito espaço para explorar no e-commerce. E que o setor de vestuário não pode ficar somente num canal de venda. Ele ressalta que a modalidade virtual traz uma “importante” redução de custo, além de abrir mercados em todo o mundo.

De acordo com Graciano, o Fórum desta quinta-feira contará com a apresentaç­ão de palestras, cases e debates. “O objetivo é mostrar para as indústrias do setor todo o potencial do e-commerce. Vamos apresentar cases e falar sobre a importânci­a de ter diferentes canais de venda, tanto no atacado quanto no varejo. Também queremos inspirar os nossos associados a atuarem neste mercado tão competitiv­o”, explica.

O marketplac­e é como construir uma casa num terreno alugado. O dono do terreno dita as regras” Queremos inspirar os nossos associados a atuarem neste mercado tão competitiv­o”

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Shuttersto­ck Por meio de palestras, cases e debates, o fórum visa mostrar para as indústrias do vestuário todo o potencial do e-commerce
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