Preservação do Igapó: conscientização e engajamento
Principal cartão-postal de Londrina e ícone do lazer local, o Lago Igapó foi “abraçado” pelos moradores da cidade na manhã deste domingo (23). A décima edição do “Abraço no Lago”, promovido pelo Conselho Municipal da Cultura de Paz e a Organização Não Governamental Londrina Pazeando, teve como objetivo celebrar a cultura da paz e conscientizar a população para preservação do meio ambiente.
Chamar a atenção para os problemas enfrentados pelo complexo formado pelos quatro lagos Igapó é extremamente necessário. Há poucos dias, a Universidade Estadual de Londrina sediou um debate organizado pelo Grupo de Estudos Avançados sobre o Meio Ambiente em que a revitalização dos lagos foi o principal tema. Inaugurado em 1959, o espaço já passou por muitas tentativas de revitalização desde a década de 1970, sendo que ele chegou a ser esvaziado em 2001 para uma limpeza completa. No evento, independentemente das ações discutidas para a limpeza dos lagos, a maioria dos especialistas ressaltou que é preciso cuidar das nascentes que pertencem à bacia hidrográfica do ribeirão Cambezinho, que formam o Igapó. Há uma preocupação legítima de buscar a origem do problema. Uma das alternativas defendidas é o despejo de esferas com leveduras e lactobacilos para eliminar coliformes fecais e outros materiais orgânicos, alternativa já utilizada em outros países, como no processo de despoluição do rio Tâmisa, em Londres. Espera-se que estas esferas, jogadas neste domingo, apresentem bons resultados em um prazo de um ano.
Os quatro lagos enfrentam um processo de assoreamento em que o acúmulo de material biológico e inorgânico depositado no fundo torna o espelho d’água cada vez mais raso, a ponto de formar ilhas. A despoluição de um lago é um processo complexo e o resultado não é duradouro sem que a população abrace a causa. O londrinense precisa se responsabilizar pela saúde e preservação dos seus rios e lagos. Não adianta limpar hoje sem que aconteça uma mudança no comportamento da sociedade. É preciso investir em soluções emergenciais, mas é também importante que o poder público e a sociedade civil implantem projetos de educação ambiental e de engajamento da população.
A despoluição de um lago é um processo complexo e o resultado não é duradouro sem que a população abrace a causa