Amoêdo aposta em redes sociais para alavancar candidatura
Na reta final da campanha eleitoral, o candidato à presidência da República pelo Partido Novo, João Amoêdo, visitou o Paraná no sábado (22). Após cumprir compromissos agendados pela legenda em Maringá (Noroeste), Amoêdo passou por Londrina, onde participou de uma carreata e caminhou ao lado de apoiadores e eleitores. Com um índice de aprovação de apenas 3% segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, o candidato demonstra otimismo e aposta na força das redes sociais para alavancar a sua candidatura, alicerçada na proposta de renovação. Para o Estado, o candidato promete melhorar a infraestrutura do agronegócio e incentivar as relações internacionais no setor.
A visita ao Paraná começou ainda pela manhã, no Noroeste, com um evento na Associação Comercial e Empresarial de Maringá, seguido de uma caminhada pelo centro da cidade e um almoço na Associação Cocamar. À tarde, embarcou em um avião particular com destino a Londrina, onde apoiadores o aguardavam no aeroporto para uma carreata que percorreu as avenidas Santos Dumont, Juscelino Kubitschek e Higienópolis. Por cerca de duas horas, caminhou pelo entorno do Lago Igapó 2, até o aterro, parando para conversar e posar para fotos com os simpatizantes. Ao final, discursou por menos de seis minutos para um público formado em boa parte pela equipe de voluntários do próprio partido, identificados pelas camisetas alaranjadas.
Com um tempo na televisão de cinco segundos e fora dos debates, Amoêdo concentra 3% das intenções de voto, mas acredita que a baixa rejeição e os esforços na divulgação de sua campanha e propostas nas redes sociais devem ajudar a impulsionar sua candidatura nestas últimas duas semanas de corrida eleitoral. “Algumas pesquisas indicam um pouco mais do que 3% e têm mostrado um crescimento mesmo com cinco segundos de tempo de televisão e sem termos participado de nenhum dos debates. Mesmo com pouco tempo de existência do partido, eu nunca fui figura pública e estou conseguindo ficar à frente de alguns candidatos já muito tradicionais e de partidos que estão aí há muito tempo, o que mostra que os eleitores querem renovação e mudança”, ressaltou. “Sou o candidato com o segundo maior número de seguidores nas redes sociais e usando a força da militância do Novo, que é uma militância genuína e com muita energia, não tenho dúvida que a gente vai crescer bastante porque a gente tem um índice de rejeição muito baixo.”
Sobre as propostas para fortalecer o agronegócio, um dos principais setores econômicos no País, Amoêdo fala em melhorias na infraestrutura. “O estado brasileiro tem falhado muito na parte de infraestrutura, então a gente tem um problema de escoamento. O Porto de Paranaguá, que é o maior porto de exportação de granel da América do Sul, boa parte da carga vem do transporte rodoviário, que é muito caro, as estradas são ruins e o que o governo pode fazer é melhorar a infraestrutura. Outra coisa que a gente pode melhorar também são as relações internacionais, fazer com que o Brasil seja cada vez mais aberto e que a gente possa exportar mais, com menos barreira.”
Sem candidato próprio ao governo do Paraná e sem coligação com partidos tradicionais, no Paraná o Partido Novo disputa as eleições apenas com candidatos a deputado federal e Amoêdo diz que espera contar com esse apoio no Congresso caso chegue ao Planalto. “A gente espera colocar alguns dos nossos candidatos no Congresso para começar a ter representantes que de fato nos representem”, disse. Ele destacou que os candidatos no Paraná que disputam uma cadeira no Congresso pela legenda são trabalhadores da iniciativa privada e profissionais liberais e afirmou que esse é o caminho para “ocupar os espaços e tirar a velha política”. “O espírito do Novo é não usar o dinheiro público, cortar mordomia, não ter privilégio e vai trabalhar efetivamente para o cidadão.”
Amoêdo também comentou a carta aberta divulgada na quinta-feira (20) pelo expresidente Fernando Henrique Cardoso, na qual pede a união contra candidatos radiciais para evitar o agravamento da crise. “Não ficou muito claro (o teor da carta) porque não acredito em candidaturas em torno de nomes no Brasil. A gente sempre procura um nome que vai ser um salvador da pátria. A gente deveria fazer reunião em torno de ideias, princípios e valores. Um nome é uma segunda etapa e, de novo, a carta do FHC cai nessa armadilha”, criticou.