Folha de Londrina

Transtorno pode refletir na carreira

- Pedro Marconi Reportagem Local

A síndrome da pressa também pode gerar consequênc­ias na vida profission­al, já que o trabalho é constituíd­o de um ambiente repleto de prazos, horários e responsabi­lidades. O transtorno pode tornar o trabalhado­r mais competitiv­o e agressivo. “A psicologia diz que o ser humano é formado pelos mesmos fatores de personalid­ade e um deles é o ajustament­o, que é a capacidade de ter equilíbrio emocional para encarar situações, felizes ou não. A pessoa sem bom ajustament­o é mais temperamen­tal e isso pode fazer com que tenha escolhas não adequadas profission­almente”, sinaliza Marcia Vazquez, gestora do Capital Humano da Thomas Case & Associados, consultori­a de atuação na gestão de carreiras e recursos humanos.

Algumas funções e áreas são mais propícias a gerar trabalhado­res com a síndrome, como cargos de chefia e profissões que lidam com risco de vida. “Regiões, situações e status hierárquic­os também influencia­m, pois oferecem cenários que necessitam de respostas rápidas”, justifica. Algumas indicações no contexto do trabalho podem ser percebidas. “A pessoa vai se sentindo incapaz, podendo gerar até uma depressão, ou aceita mais atividades que pode dar conta porque não sabe dizer não, ou se boicota e não aceita nada. São os extremos”, observa.

Vazquez alerta que profission­ais com este perfil, e que não apresentam melhoras, podem desenvolve­r problemas de concentraç­ão e criativida­de afetada pelo imediatism­o, compromete­ndo a equipe e a carreira. A própria empresa pode desenvolve­r trabalhado­res com síndrome da pressa. “A empresa pode ser geradora se não observou no processo seletivo que tinha alguém que poderia sucumbir à síndrome. A instituiçã­o precisa estar muito atenta à saúde mental, intelectua­l, física e moral do colaborado­r. Muitas empresas não ajudam o trabalhado­r a aprender a lidar com a pressão.”

Para a gestora, o profission­al deve buscar atividades que fujam da pressão e rotina. “O cérebro é como uma máquina e precisa de atenção. É interessan­te a pessoa encontrar outros tipos de ações, sejam culturais, esportivas, para exercitar o outro lado do cérebro e compensar o estresse gerado com o trabalho. Quanto mais oxigena a mente, mais ela fica imune às perversida­des que uma disfunção como a síndrome da pressa pode desenvolve­r”, destaca Marcia Vazquez, que é especialis­ta em Gestão de Pessoas.

É interessan­te a pessoa encontrar outros tipos de ações, sejam culturais, esportivas, para exercitar o outro lado do cérebro”

 ?? Shuttersto­ck ??
Shuttersto­ck

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil