Folha de Londrina

LÁ VEM ELA DE NOVO...

- DIEGO PRAZERES

O LEC tem que continuar jogando sem se importar com que os outros andam fazendo

A reação do Londrina nesta reta final de Série B realimento­u nos torcedores alvicelest­es aquela esperança de querer acreditar que agora vai. Batemos na trave em 2016, com o sexto lugar, e no ano passado, quando o acesso escapou por um mísero ponto em relação ao Paraná, que tanta vergonha vem passando no andar de cima. E agora, lá vem ela de novo. Na última semana, a própria FOLHA publicou que se repetir nos últimos dez jogos o desempenho de 2017 o Tubarão sobe. A campanha nas últimas dez rodadas é de fato impression­ante, perdendo em aproveitam­ento somente para a do Goiás, agora o segundo colocado.

E mesmo tendo jogado na última terça-feira, quando abriu a 28ª rodada vencendo o Figueirens­e em mais uma noite de Dagolberto, o estrago foi pouco no complement­o dos demais jogos. A rigor, apenas a vitória do Guarani sobre o CSA em Campinas é que foi ruim para o Londrina, já que o Bugre, de camisa tão pesada e um concorrent­e direto ao G4, acabou encostando mais no bloco dos quatro primeiros. O que faz com que o sonho do acesso - ou será ilusão? - viva é que nem mesmo o líder inconteste Fortaleza está com a sua vaga matematica­mente assegurada. Embora esteja no G4 desde o princípio, o que faz de seu acesso mais do que uma grande probabilid­ade, um mereciment­o, o time treinado por Rogério Ceni pode sim ser traído pelos resultados, como aliás ocorreu durante um breve período em que perdeu jogadores importante­s, e acabar chupando dedo. É um equilíbrio não visto nas edições anteriores mais recentes. Sem contar os quatro mais bem colocados na tabela atualmente, no mínimo outras quatro equipes brigam com o Londrina por uma vaga.

Já ouvi gente lamentando, agora que a arrancada do Tubarão se confirma, os pontos perdidos no Estádio do Café no primeiro turno, num tempo em que jogar diante da (pouca) torcida era apavorante. Vamos lembrar: aqui, o time perdeu para CSA, Juventude (próximo adversário, hoje na zona do rebaixamen­to), Goiás, Avaí e Guarani, e empatou com o Sampaio Corrêa (outro que não larga a degola). Não considero como “perdidos” os pontos no empate contra o Fortaleza por motivos óbvios. Calejado, prefiro não fazer contas para o acesso. O Londrina tem que jogar sem se importar com o que os outros andam fazendo. Foi assim que conseguiu se recuperar. Que ninguém nos olhe.

O ADEUS A GARROTE

E o Agostinho se foi. Não consegui ir ao Estádio do Café no jogo contra o Figueirens­e, quando a família do ex-presidente foi homenagead­a. Agostinho gostava de ficar na ala das cativas, lá em cima, de pé, no corredor entre as cabines de rádio e as cadeiras. Motivo pelo qual raramente o encontrava desde que deixei de cobrir o noticiário do clube diariament­e - prefiro assistir ao jogo da arquibanca­da. O legado que ele deixa é até clichê: o de manter a chama alvicelest­e sempre acesa. Afinal, pegou o bastão no chão, como gostava de dizer, em referência a ter assumido a presidênci­a do clube num momento dramático, quando Garcia renunciou ao cargo ao se deparar com uma realidade que não vislumbrav­a. Espero que a história do Agostinho Garrote no Londrina não morra com ele. Boa semana.

esporte@folhadelon­drina.com.br

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