OTIMISMO -
Esperança da modalidade é que presença nos Jogos de Tóquio em 2020 reflita em mais estrutura e recursos para revelar talentos
Inclusão no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 traz nova perspectiva para o caratê nacional. Esperança é que visibilidade proporcione aumento do investimento na estrutura e atraia patrocinadores. Jogos Abertos do Paraná, disputados em Londrina, são celeiro de talentos da modalidade.
A inclusão do karatê no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 trouxe uma nova perspectiva para a modalidade. A esperança é que com a visibilidade de se tornar um esporte olímpico, a estrutura e o investimento aumentem e como reflexo disso surjam novos talentos.
Mais de 200 atletas de vários municípios estiveram em Londrina no fim da semana para a disputa dos JAP’s (Jogos Abertos do Paraná). O karatê foi finalizado no domingo (23), mas os JAP’s prosseguem até o dia 30.
“A entada do karatê nas Olimpíadas traz muita motivação e temos visto vários atletas voltando a lutar. A modalidade só tem a crescer com isso e uma prova é que estes Jogos Abertos têm sido super disputados”, apontou o atleta Rafael Potrick, 22, de Francisco Beltrão (Sudoeste).
Para técnicos e dirigentes a expectativa é que aumentem o investimento e os patrocinadores para que a modalidade possa conquistar resultados internacionais. “Para um atleta disputar, por exemplo, um circuito internacional ele vai gastar algo em torno de R$ 100 mil no ano. Para você manter uma rotina forte de treinamentos, com alimentação adequada, equipe de treino, o custo é muito alto. E hoje falta dinheiro para isso”, afirmou o técnico de Foz do Iguaçu (Oeste), Eduardo Zaro. “A inclusão do karatê nos Jogos Olímpicos é ótima, mas em vez de vermos um aumento nos recursos, as notícias que vemos todos os dias é de corte nas verbas para o esporte”.
A opinião geral é que o Brasil tem muitos bons talentos, que muitas vezes se perdem por falta de incentivo. “O karatê do Paraná está entre os cinco melhores do país, mas se tivéssemos, por exemplo, o investimento que tem em Santa Catarina, poderíamos certamente estar entre os dois, três melhores”, frisou Odair Baltazar, técnico da equipe de Cascavel (Oeste) nos JAP’s.
CONCORRÊNCIA
Santa Catarina é a terra do principal carateca brasileiro na atualidade. Douglas Brose é bicampeão mundial na categoria até 60 quilos e o grande adversário do londrinense Vinícius Figueira por uma vaga nos Jogos de Tóquio. Figueira é o atual líder do ranking mundial na categoria até 67 quilos. Na Olimpíada, porém, as duas categorias serão unidas e por isso Figueira e Brose disputam uma única vaga.
“O Douglas é o grande nome do nosso karatê, mas hoje o Vinícius vive um melhor momento e tem uma possibilidade real de ir para Tóquio. E é um atleta que apesar de já ter muita visibilidade e por isso exigir alto investimento, conseguimos manter competindo por Londrina e pelo Paraná”, ressaltou o diretor técnico da Federação Paranaense de Karatê, Gilmarcos de Bastos. Vinícius Figueira não participou dos Jogos Abertos em razão de estar disputando uma das etapas da Premiere League de Karatê, no Chile.
A trajetória de Figueira inspira outros atletas londrinenses a também lutarem para alcançarem o sonho olímpico. “Todo atleta busca isso de ir para um Mundial, para uma Olimpíada. Exemplos como o do Vinícius acabam sendo uma referência e torna-se também o objetivo, o nosso foco principal”, revelou o lutador de Londrina Thales Shimazaki, 25 anos.