Justiça estadual consentiu viagem de Abi, diz advogado
O empresário e primo do ex-governador Beto Richa Luiz Abi Antoun havia sido preso temporariamente no último dia 11 pelo Gaeco ( Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na Operação Radiopatrulha, que apura direcionamento de licitação para beneficiar empresários e o pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro no programa do governo estadual Patrulha do Campo, de 2012 a 2014. Ele foi solto na semana passada por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.
Nesta quarta-feira (26), o nome de Abi aparece novamente nos mandados de prisão temporária expedidos pela Operação Integração 2, da Polícia Federal, mas o mandado não foi cumprido. Abi viajou ao Líbano (país do Oriente Médio) no último domingo e com retorno marcado para dia 6 outubro.
Segundo o advogado de Abi, Anderson Mariano, ele viajou no domingo (23) com o conhecimento da Justiça Estadual. “Ele não tem impedimento nenhum de viajar. Quando viaja, comunica à Justiça para não caracterizar descumprimento da medida cautelar”, explicou o advogado. “Ele sempre cumpriu todas as cautelares. Está tudo dentro da legalidade.”
Mariano disse que o empresário foi resolver questões familiares e ressaltou que antes da viagem foram apresentadas à Justiça as passagens de ida e de volta. O retorno está marcado para o mês que vem, já que no dia 15 de outubro Abi deverá comparecer ao interrogatório da Operação Publicano 2, conduzida pelo Gaeco em Londrina. “O objetivo é voltar para o interrogatório, mas vou avaliar se ele irá voltar antes em razão desse novo mandado de prisão temporária. Ele nem está sabendo dessa situação. Eu também não sei do que se trata, soube pela imprensa.” Abi havia sido preso no dia 11 de setembro e deixou a prisão na semana passada.
O advogado informou ainda que o passaporte de Abi havia sido recolhido em operações anteriores nas quais figura como réu ou já foi condenado, como a Voldemort e a Publicano. Mas na Radiopatrulha a retenção do documento não aconteceu.
Na coletiva de imprensa sobre a Operação Integração 2 realizada em Curitiba, o promotor do Ministério Público Federal Diogo Castor de Mattos demonstrou ter sido surpreendido pela viagem de Abi. “Também queria entender por que ele conseguiu viajar. Desconhecíamos essa autorização da justiça estadual e vamos analisar os fatos. Isso vai ser apurado.”