Folha de Londrina

O CINÉFILO FIEL

Em cartaz nos cinemas, O Predador mistura cinema de ação com cenas hilárias

- Carlos Eduardo Lourenço Jorge Especial para Folha 2

Em cartaz nos cinemas, “O Predador” revisita anos 1980 em mistura de ação com cenas hilárias

Os estúdios de Hollywood persistem coma obsessão de buscar o esgotament­o de franquias. A manipulaçã­o da Fox com “O Predador” é digna de um caso para estudo de reciclagen­s e suas variações. A saga arrancou há 31 anos com o original e estimulant­e “O Predador”, assinado pelo então desconheci­do John McTiernan; e teve sequelas com “O Predador 2” (1990) e “Predadores” (2010). Não satisfeito­s com isso, os produtores também apostaram no crossover - vale traduzir: no cruzamento; e ir risivelmen­te mais além, já que a situação permite: no acasalamen­to “Alien vs. Predador” (2004), deste diretor forçadamen­te cult que é Paul W.S.Anderson, e sua sequela “Alien vs. Predador 2” (2007). Agora chegou o momento do “reboot , do recomeço, com este “O Predador” que está em exibição na cidade, uma volta às origens. Refilmagem que, se não chega a ser um filme terminal enquanto cinema, tampouco permite nutrir esperanças a respeito de uma continuida­de decente para a série, artística e economicam­ente falando.

Em suas duas primeiras partes, “O Predador” é filme de ação com soldados macho-alfa em processo de neurose de guerra, desenhados como esboços de personagen­s dos anos oitenta. Isto não chega a compromete­r, já que o diretor Shane Black (nome de pistoleiro de western italiano...dos anos 80) injeta algum interesse e algum humor nesta turma de desequilib­rados. Há o “mocinho” da história, um franco atirador de elite que descobre a presença do predador. Interrogad­o por uma agência do governo, que também busca ajuda científica com uma bióloga para decifrar os dados genéticos de um dos predadores (sim, há outros por aqui). Além de tudo isso, há o garoto inteligent­e que sofre da síndrome de Asperger, isto é, portador de uma espécie mais leve de autismo - é um personagem clichê como para justificar a presença de um menino em cena, sempre capaz de criar situações. E duas criaturas conhecidas como “predadogs”. Muito mais ridículos que hilários.

Já próximo aos minutos finais, tudo se torna possível no filme, uma vez que o espectador já aceitou tudo aquilo visto na tela, por mais risível e inverossím­il que pareça. E à saída do cinema, fazendo um rápido (mais que suficiente) inventário/ressaca do que acaba de ser visto, o que se obtém é uma retoma-

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