AVENIDA PARANÁ
Juíza criminal ouviu testemunhas da acusação; réu ainda não foi interrogado
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Aprimeira audiência de instrução da suspeita de latrocínio que vitimou Flávio Martins Ribeiro Júnior, 23, foi feita nesta quarta-feira (26). O estudante foi morto em fevereiro deste ano após ser assaltado enquanto trabalhava como Uber, na Zona Norte de Londrina.
O pedido da acusação é para que haja a condenação do suspeito por latrocínio com requinte de crueldade. Se acatada, o réu Matheus (sobrenome não fornecido à reportagem) pode pegar de 20 a 30 anos de pena. A acusação foi feita pelo Ministério Público e o processo segue em sigilo, pois envolve dois menores de idade, nas mãos da juíza Cláudia Bertola, da 4ª Vara Criminal.
O representante comercial Flávio Ribeiro, pai da vítima, criticou o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) e pediu redução da maioridade penal. “Não pode fazer nada com esse menor porque o ECA protege. Se ele fosse segurado lá atrás não tinha acontecido isso com meu filho”, lamentou.
A vítima foi baleada na cabeça e seu corpo foi encontrado com as mãos e pés amarrados em uma plantação de soja. O homem que o encontrou, além dos socorristas e policiais testemunharam a favor da família de Ribeiro durante a audiência, conduzida pela promotora Caroline Esteves.
Bruno Passos, assistente de defesa de Matheus, limitou-se a dizer que crê na defesa do rapaz e que, durante a audiência, solicitou que outras perícias fossem feitas nos objetos de Ribeiro - documentos, carteira e celular - para atestar a inocência de seu cliente.
Mas, o MP (Ministério Público) e Henrique Almeida, assistente de acusação, pedirão indeferimento, já que, segundo Almeida, não há necessidade da perícia, que causaria mais sofrimento à família.
Mesma situação descrita pela promotora. “Esses objetos foram encontrados por um terceiro que já os manuseou posteriormente e isso foi entregue para a família que também já manuseou. Nós entendemos que haverá poucas probabilidades de serem colhidas evidências que possam propiciar uma análise técnica nesses objetos porque uma digital foi sobreposta da outra”, explicou.
Esteves disse ainda foram solicitadas informações ao Instituto de Criminalística para “dizer se é viável ou não esse processo “.
Agora o processo segue para precatórias arroladas pela defesa do réu, que serão ouvidas em Cambé, Mato Grosso do Sul e em Cornélio Procópio, conforme o MP. As testemunhas serão ouvidas na próxima semana. Já o interrogatório de Matheus está marcado para o dia 5 de dezembro.
Com o fim da instrução criminal, abre-se prazo para as alegações finais do MP e da defesa do suspeito. “Acredito que neste ano ainda consigamos concluir em primeira instância esse processo obtendo a condenação”, afirmou Almeida. Se condenado, o advogado poderá recorrer.