Folha de Londrina

Trump cogita intervençã­o na Venezuela

Aumento da cifra foi definido após turbulênci­as causadas nas economias emergentes por conta da guerra comercial

- Mundo@folhadelon­drina.com.br Sylvia Colombo Folhapress

Buenos Aires - O governo argentino anunciou no fim da tarde desta quarta-feira (26) junto ao FMI (Fundo Monetário Internacio­nal) um ajuste no acordo anunciado em junho em que se adiciona um empréstimo de mais US$ 7 bilhões aos US$ 50 bilhões já acertado previament­e. Participar­am das negociaçõe­s o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, o presidente Mauricio Macri, e a diretora do FMI, Christine Lagarde.

No anúncio realizado em Nova York, estavam presentes apenas Dujovne e Lagarde Macri já havia retornado a Buenos Aires. A primeira novidade foi um aumento da quantia. O acordo firmado em junho estabeleci­a uma linha de crédito de US$ 50 bilhões para 36 meses. Agora, serão US$ 57 milhões, com parcelas mais rapidament­e liberadas.

Lagarde reafirmou a confiança que o fundo tem de que a Argentina atingirá suas metas e que o aumento da cifra foi definido após as turbulênci­as causadas nas economias emergentes por conta da guerra comercial. Lagarde disse que o assunto esteve em discussão pelo quadro de diretores do FMI e que foi aprovado como “uma medida de confiança na recuperaçã­o da economia argentina”. Também foram aprovados os repasses previstos para o ano que vem, como forma de adiantamen­to, segundo pedido do presidente Macri.

Por sua parte, Dujovne também disse que os requisitos apresentad­os em junho também foram ajustados. Em vez de baixar o deficit fiscal para 1,3% em 2019, o compromiss­o agora é de baixar a zero. Para que isso funcione, porém, é necessário que o Congresso aprove o projeto de Orçamento que se encontra nessa casa.

Assim, nas próximas semanas, espera-se um intenso movimento de debate entre os blocos governista e os da oposição, no qual Macri tem se envolvido diretament­e, em conversa com governador­es e senadores representa­ntes das províncias, que deverão também apertar o cinto de seus gastos sociais.

Macri cancelou uma entrevista que daria pela manhã, porque alguns detalhes do acordo não estavam definidos, mas disse, confiante, que o que se anunciaria seria “mais apoio, que significa mais confiança”. “Esperamos que o novo acordo esclareça as dúvidas de quem deseja investir na Argentina”, destacou.

Fontes do governo disseram que, para Macri, o mais importante na viagem aos EUA foram as reuniões privadas que manteve com empresário­s e com Lagarde, mais do que a participaç­ão na Assembleia da ONU (Organizaçã­o das Nações Unidas), em que a única novidade foi a afirmação aberta de que a Argentina está disposta a levar as denúncias de abusos de direitos humanos na Venezuela à Corte Internacio­nal de Haya.

Sobre a saída de Luis Caputo do Banco Central, Macri afirmou que isso era “esperado”, e que lhe havia feito um pedido de que assumisse o cargo apenas até o anúncio do acordo com o FMI, e que ele o teria desempenha­do bem e com patriotism­o.

Entre os assessores próximos a Dujovne, porém, falava-se muito de trocas de farpas entre os dois. Em seu lugar, entrou um homem de confiança de Dujovne, Guido Sandleris. Como Macri nomeou Dujovne coordenado­r da equipe econômica, essa fricção aumentou e o presidente cedeu ao pedido de Dujovne. Macri, no entanto,

Macri não quis comentar a greve que paralisou Buenos Aires e outras cidades do país

não quis comentar a greve que na terça-feira (25) paralisou Buenos Aires e outras cidades do país.

Comentou, apenas, o linguajar irônico usado pelo líder da CGT, Juan Carlos Schmid, que disse que “se o presidente não tem plano B, nós temos, é esse, parar o país”. Macri reafirmou que está “jogando a vida” neste que considera ser “o único caminho para a Argentina”.

 ?? Eitan Abramovich/AFP ?? FMI aprovou repasses para o ano que vem, como forma de adiantamen­to, segundo pedido do presidente Macri
Eitan Abramovich/AFP FMI aprovou repasses para o ano que vem, como forma de adiantamen­to, segundo pedido do presidente Macri

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