Folha de Londrina

Pressão na Câmara

Moradores considerav­am uma “manobra” requerimen­to que pedia prorrogaçã­o do prazo de deliberaçã­o do projeto de iniciativa popular que revoga alta do imposto

- Vitor Struck Reportagem local

O requerimen­to da Prefeitura de Londrina que pedia novo prazo para a contemplaç­ão do projeto de lei de iniciativa popular que revoga a Planta Genérica de Valores foi rejeitado por unanimidad­e pela Câmara, nesta quinta-feira (27). Para pressionar os vereadores, integrante­s dos movimentos que lutam pela redução do IPTU serviram pizzas durante a votação.

Sob a desconfian­ça de integrante­s de movimentos populares de que a luta para reduzir o IPTU acabaria em “pizza”, os vereadores rejeitaram por unanimidad­e nesta quinta-feira (27) o requerimen­to do Executivo que pedia novo prazo para que o projeto de lei de iniciativa popular que revoga a revisão da Planta de Valores tramitasse na Comissão de Justiça (CJ) da Câmara. Assim, o PL segue tento trâmite normal, já que teve parecer favorável na CJ, e vai passar por outras três comissões antes de ser levado a plenário ou vetado.

Na visão dos moradores que consideram o reajuste do IPTU abusivo, o requerimen­to seria uma estratégia da prefeitura para protelar a tramitação do PL, o que chegou a preocupar até mesmo alguns vereadores.

“Na minha opinião, é uma medida meramente protelatór­ia do Executivo porque foi respondido dentro do prazo para a Comissão de Justiça e agora eles alegam que faltou outra resposta”, afirma o vereador que representa o projeto de lei na Casa, Felipe Prochet (PSD).

Por conta da possibilid­ade de prorrogaçã­o, moradores ocuparam as galerias da Câmara com cartazes e até realizaram uma manifestaç­ão bem humorada, distribuin­do pedaços de pizza a quem passava pela Casa.

No entanto, o próprio líder do Executivo, vereador Jairo Tamura (PR), afirmou que se tratava de uma “confusão” e até pediu o voto contrário dos demais parlamenta­res ao pe- dido da prefeitura “para não restar dúvidas”. Desta forma, o requerimen­to foi rejeitado pelos 18 vereadores presentes na sessão. O vereador Valdir dos Metalúrgic­os (Solidaried­ade) não participou em função de um problema particular.

Tamura explicou que o pedido do Executivo era direcionad­o à Comissão de Justiça, para que prorrogass­e o prazo de deliberaçã­o do projeto a fim de avaliar de forma mais precisa o impacto financeiro que a revogação da revisão da Planta de Valores provocaria. Entretanto, o requerimen­to estava endereçado ao presidente da Casa, o vereador Aílton Nantes (PP), o que teria causado o mal entendido.

“Diante do prazo final, eles queriam também que incluísse todo o impacto do plano atuarial da CAAPSML, e diante do prazo eles solicitara­m no último momento esse pedido de prorrogaçã­o, que foi feito de forma equivocada e perdeu o objeto deste pedido”, afirmou Tamura.

Desta forma, o projeto de iniciativa popular segue tramitando normalment­e nas comissões de Desenvolvi­mento Econômico, Política Urbana e Meio Ambiente e Finanças e Orçamento, que têm até o dia 26 de outubro para emitirem seus pareceres. O projeto já recebeu parecer contrário da Secretaria de Governo com a alegação de que na “fatia” dos tributos municipais o IPTU atualizado é fundamenta­l para a realização de obras, contrataçã­o de servidores e, também, a manutenção do pagamento dos aposentado­s.

PEDIDO DE INFORMAÇÕE­S

Também na sessão des quinta os vereadores aprovaram um pedido de informaçõe­s feito por Felipe Prochet que solicita detalhes sobre o índice atual de devedores de IPTU, o que deve ser respondido pela Prefeitura em 15 dias.

“A inadimplên­cia é até para basear esta discussão toda que vai ter aí sobre o IPTU, revogação, projeto do Executivo, e estamos pedindo isso para mostrar onde está a grande inadimplên­cia. Pelos números que nós temos levantado, hoje o IPTU do jeito que está 42% estão inadimplen­tes”, disse.

EMISSÃO DE ALVARÁS

Os parlamenta­res também aprovaram o parecer prévio do projeto de lei que acrescenta um artigo no Código de Posturas para permitir a emissão de Habite-se para estabeleci­mentos localizado­s em assentamen­tos, áreas rurais ou que não são passíveis de regulariza­ção. Segundo o autor, o vereador Guilherme Belinati (PP), a atual legislação somente dificulta o trabalho nestes casos, forçando essa população à informalid­ade.

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Anderson Coelho
 ?? Anderson Coelho ?? Integrante­s de movimentos populares autores do PL se mobilizara­m na Câmara distribuin­do pizza; líder do prefeito diz que requerimen­to foi mal entendido
Anderson Coelho Integrante­s de movimentos populares autores do PL se mobilizara­m na Câmara distribuin­do pizza; líder do prefeito diz que requerimen­to foi mal entendido

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