Folha de Londrina

Avança a doação de órgãos

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OParaná é o Estado brasileiro com maior número de doadores efetivos: 50,6 doadores por milhão de habitantes, de acordo com os dados do SET (Sistema Estadual de Transplant­es) da Secretaria Estadual de Saúde. Em 2010, essa taxa era de apenas 6,8 por milhão de habitantes. É um grande resultado para os paranaense­s, pois a Espanha, país que mais doa órgãos em todo o mundo tem o índice de 42 doadores por milhão. Em todo o Brasil, um levantamen­to do governo federal junto à ABTO (Associação Brasileira de Transplant­e de Órgãos) aponta que o País vive o melhor cenário de doação em 20 anos. Em relação à taxa de doadores efetivos, o País alcançou uma taxa de 16,6 doadores por milhão de pessoas no último trimestre de 2017. A previsão é que o Brasil consiga alcançar o índice paranaense (50,6) somente em 2030.

Em entrevista nesta sexta-feira (28), a médica e diretora do SET, Arlene Badoch, afirmou que as pessoas que vivem hoje no Paraná e estão em uma lista, tem grande chance de conseguir um transplant­e. É considerad­o doador efetivo o paciente que tem o órgão retirado em condições de ser transplant­ado. Em todo o Brasil, um levantamen­to do governo federal junto à ABTO aponta que os registros de transplant­es subiram de 25 mil em 2016 para 27 mil no ano passado.

A reportagem mostra que uma série de fatores vem contribuin­do para essa melhora. Entre eles, o decreto assinado em junho de 2016, determinan­do que uma aeronave da Força Aérea Brasileira permaneça em solo exclusivam­ente para transporte de órgãos para transplant­e. Nestes dois anos, já foram transporta­dos 512 órgãos. Outro decreto, assinado em 2017, regulament­a e detalha os critérios de notificaçã­o de morte encefálica. Dessa forma, a notificaçã­o torna-se atribuição de outros médicos capacitado­s, e não somente de neurologis­tas. O contato com a família do doador é uma etapa delicada e importante, tanto que neste mês (Setembro Verde) organizaçõ­es que trabalham com a conscienti­zação sobre a importânci­a da doação de órgãos estão realizando campanhas em hospitais para que os funcionári­os possam dar o suporte necessário aos familiares.

A sensibiliz­ação das famílias é um grande desafio. Muitos não querem falar de morte, mas é fundamenta­l que as pessoas manifestem a parentes e amigos o desejo de ser doador. A vida é cheia de escolhas e o diálogo é o melhor caminho.

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