Abi é alvo em em três operações diferentes
Primo do ex-governador Beto Richa teve prisões decretadas nas operações Publicano, Radiopatrulha e Lava Jato
Mencionado em três delações de casos diferentes, o empresário londrinense Luiz Abi Antoun foi preso em 15 de maio de 2015 na Operação Publicano (ele se entregou após um dia foragido) e a segunda vez no último dia 11 de setembro, na qual cumpriu prisão temporária de cinco dias na PEL (Penitenciária Estadual de Londrina) pela Operação Radiopatrulha também do MP (Ministério Público) do Paraná. Os três pedidos de prisão concedidos pela Justiça ligam o empresário a fraudes relacionadas ao governo do Paraná na gestão do primo dele, o ex-governador Beto Richa (PSDB).
Na Operação Lava Jato é apontado pelo delator Nelson Leal Junior (ex-diretorgeral do DER) como principal operador do caixa geral de propinas do governador do Paraná. Na denúncia referente à Operação Radiopatrulha, o MP apontou na terça-feira (24) que Abi seria o principal operador financeiro do esquema, responsável pela destinação final de grande parte dos valores ilícitos recebidos.
Em agosto de 2016, Abi foi condenado a 13 anos de prisão e ao pagamento de multa de mais de R$ 190 mil referente à Operação Voldemort. Trata-se da investigação que revelou que o empresário seria dono da oficina Providence Auto Center de Cambé (Região Metropolitana de Londrina), que tinha contrato com o governo do Estado. Na sentença, o juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, entendeu que Abi era, de fato, o dono da oficina, e liderou a organização criminosa que fraudou a licitação. A defesa recorreu ao Tribunal de Justiça.
O empresário também responde ao processo relativo à Publicano 2 e será interrogado por Nanuncio em audiên- cia marcada para o dia 15 de outubro. A operação foi deflagrada na mesma época em que a Voldemort foi deflagrada para apurar um suposto esquema de corrupção na Receita Estadual, em que o primo de Richa também exerceria influência, segundo o MP. Neste caso, Abi teria intermediado a cobrança de propina de empresários para repassar à campanha de reeleição do
São Paulo - O primo do exgovernador do Paraná Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado, pediu ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, uma extensão da liberdade concedida ao tucano. Alvo de mandado de prisão temporária da investigação da Operação Lava Jato sobre corrupção em concessão governador, em 2014.
DEFESA
Segundo o advogado Antonio Mariano - que atua na defesa de abi na Lava Jato, Publicano e Radiopatrulha -, as três operações são baseadas em apenas denúncias mentirosas de delatores e que jamais uma testemunha, réu ou colaborador presenciou qualquer repasse de valor ou solicitação pelo Abi. “Pelo parentesco com o Beto (Richa), ele (Abi) virou uma espécie de chave de acesso para delação. Quer sair da prisão? É só falar que ouviu dizer que Luiz Abi era caixa do Beto que sai da prisão”, disse o advogado à FOLHA.