Folha de Londrina

Relatório aponta 110 índios assassinad­os em 2017

- Letycia Bond Agência Brasil

gistrado em 2017, quando houve 27.474. Para a pasta, a queda pode ser explicada pelo aumento no número de transplant­es de córnea nos últimos anos, com redução a quase zero na fila de espera de Estados como Amazonas, Ceará, Goiás, Pernambuco

e Paraná.

Também houve queda no número de transplant­es de rim, que passou de 5.948 para 5.836. O órgão, no entanto, é o que ainda tem mais pessoas ainda na fila de espera por transplant­e: 27 mil. Em seguida, está córnea,

Brasília

- No ano passado, 110 indígenas foram assassinad­os no País, segundo informação da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), subordinad­a ao Ministério da Saúde. As ocorrência­s foram incluídas no relatório “Violência contra os Povos Indígenas - 2017”, lançado nesta quinta-feira (27) pelo Cimi (Conselho Indigenist­a Missionári­o). Os Estados com maiores índices foram Roraima (33), Amazonas (28) e Mato Grosso do Sul (17).

De acordo com o Cimi, em 2016, foram comunicado­s 118 casos de homicídio, oito a mais do que o total constatado em 2017. Outro indicador que registrou melhora foi o relativo à mortalidad­e infantil. Em 2016, 735 óbitos de crianças indígenas menores de 5 anos foram relacionad­os, enquanto, no ano passado, foram computadas 702 mortes. Em um dos episódios, um líder do povo krikati, cuja terra indígena está situada no Maranhão, foi morto enquanto dormia.

Segundo o Cimi, que obteve os números oficiais de homicídio mediante protocolo fundamenta­do pela Lei de Acesso à Informação, as estatístic­as são, muito provavelme­nte, menores do que as reais. De acordo com a Sesai, muitos casos deixam de ser notificado­s.

O documento traz, em linhas gerais, relatos de agressões cometidas contra os indígenas e mostra que em apenas dois dos 19 tipos de violência relacionad­os pelo Cimi a organizaçã­o, houve queda no número de ocorrência­s. No mapeamento, foram considerad­as tanto violações físicas quanto patrimonia­is e simbólicas, estas abarcando casos de hostilidad­e contra indígenas e anulação de direitos fundamenta­is, como falta de acesso a água potável e má qualidade no atendiment­o de saúde.

Entretanto, a antropólog­a Lucia Helena Rangel, que é assessora do Cimi e coautora do relatório, afirma que a queda dos índices não é, necessaria­mente, motivo de comemoraçã­o, já que “todas as vidas importam”. Lucia Helena lembra os índices de suicídio, que, entre indígenas, são superiores aos observados em qualquer outro grupo populacion­al.

A Agência Brasil buscou contato com a Procurador­ia Federal Especializ­ada da Funai (Fundação Nacional do Índio), responsáve­l pelo assessoram­ento jurídico e pela defesa dos interesses e direitos individuai­s e coletivos indígenas. Por e-mail, a assessoria de imprensa disse que técnicos do órgão vão apreciar o relatório para, então, se manifestar sobre os dados apresentad­os. Também procurada, a AGU não se pronunciou até o fechamento desta edição. Na Operação Campo Minado foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em investigaç­ão da 5ª Promotoria de Justiça de Campo Mourão sobre jogo ilegal, corrupção e lavagem de dinheiro no município. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 2ª Vara Criminal por porte ilegal de arma e munição irregular.

O coordenado­r do Gaeco, Leonir Batisti, destacou que a investigaç­ão partiu do próprio Ministério Público de Campo Mourão e ressaltou que há a suspeita de participaç­ão de policiais. “Pelo menos um policial civil, alvo de mandado

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